Qual o sentido de imprensa criticar John Textor por declaração? Está feliz com Cariocão? Não é bravata, Botafogo já jogou com ‘time B’ este ano

Manga e John Textor no Botafogo
Twitter/Botafogo

* Por anos a imprensa detonou o Campeonato Carioca, pela péssima organização da Ferj, por dar prejuízo, por arbitragens no mínimo ruins, por confusões e manobras de bastidores. Eis que, quando John Textor faz uma declaração simples, pontual e precisa que “será um grande torneio para o Botafogo B em 2023″, parte da mídia esbraveja contra o empresário americano. Qual o sentido?

* Será que a imprensa está feliz com o atual Campeonato Carioca? A cada dia mais desvalorizado, sem conseguir pagar premiações, com problemas de transmissão e desinteressante, o Estadual da Ferj não anima ninguém. Não era uma boa oportunidade para a própria mídia se juntar a Textor? Chance excelente para promover mudanças.

* Jornalistas chegaram a comparar Textor com os “velhos cartolas” e chamar de “mais do mesmo”. Até reclamaram do timing, após a eliminação do Botafogo no Campeonato Carioca com grosseiros erros de arbitragem. Como se a decisão do investidor fosse apenas uma represália, e não parte de um planejamento. O timing faz todo sentido: após a participação na atual edição, até para não desmotivar os jogadores atuais.

* Basta analisar este ano. John Textor deu grande importância ao Campeonato Carioca? Investiu em reforços para a competição? A resposta é não. O Botafogo jogou com time B (ou até C). Não contratou jogadores de peso nem trouxe treinador para a competição. Demitiu Enderson Moreira no meio dela. A ideia era clara e foi dita por Textor algumas vezes: observar os atletas atuais, não se preocupar em “vencer o jogo de domingo” e sim com o projeto a longo prazo.

* Se no primeiro ano, ainda sem total ingerência, o empresário americano não priorizou o Carioca, por que faria nos anos seguintes? Parece algo lógico. A intenção dele é globalizar o Botafogo, como fazer isso em um campeonato que mal consegue ser transmitido na própria cidade? Imagine no exterior. O próprio Textor teve dificuldade de assistir. Ele tem o olhar de fora, sem o costume dos Estaduais, vai ver o que pode ser mais lucrativo e vantajoso. Ou seja, competições nacionais e internacionais.

* A única ressalva é que Textor e o Botafogo precisam se preparar para possíveis retaliações da Ferj. A entidade não gosta de ser criticada ou confrontada. Pode ser vingativa, como em 2020, ao aumentar taxas em jogos do Botafogo e Fluminense, quem eram críticos ao retorno do futebol em meio à pandemia. Deveria zelar por todos os seus clubes. Não faz. O regulamento prevê punição a quem não usar “sua equipe considerada principal” (que define isso?!) após a terceira rodada, mas na prática nunca puniu ninguém. O próprio Flamengo passa por cima da cláusula quando quer. Resta saber qual será a postura da Ferj com o Botafogo.

* Cabe ainda analisar o atual Carioca. Qual time grande praticamente não jogou em casa em fins de semana? Qual o único que teve que atuar em um estádio acanhado em Angra dos Reis? Qual teve polêmicas de arbitragem contra? Qual foi prejudicado por um árbitro (Grazianni Maciel Rocha) e menos de um mês depois o teve escalado para outro clássico (e de novo foi prejudicado)? Qual o único que perdeu dois titulares (Gatito e Matheus Nascimento) na semifinal por convocação para seleções? Coincidentemente, o Botafogo.

* No mais, é ótimo o Botafogo B jogar o Campeonato Carioca. Mais tempo para preparação do time principal e chance a jovens de aparecerem. Que seja sempre o planejamento do Botafogo enquanto o Estadual continuar “esvaziado”.

Fonte: Redação FogãoNET

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