Quero fazer um desabafo no texto de hoje, porque está tem sido uma temporada muito difícil. Tenho certeza de que muitas das minhas irritações e também das minhas preocupações são compartilhadas por vocês que me acompanham aqui no FogãoNET. Viver uma temporada tão patética, depois de termos sido com sobras o melhor time da América, mexe muito comigo e me devolve algo bastante familiar: a total incerteza sobre como será o amanhã.
A SAF chegou ao Botafogo trazendo a possibilidade de projetar um presente menos sofrido e um futuro promissor, sustentado em uma série de boas ações que seriam implementadas. Não estou aqui para dizer que tudo deu errado e John Textor promoveu apenas um descontrole financeiro preocupante, porque isso seria brigar com a realidade. O Botafogo de 2025 é infinitamente mais bem organizado do ponto de vista administrativo, evoluiu muito na estrutura de trabalho oferecida em todos os níveis do clube e, na última temporada, demonstrou o quanto é gigante, capaz de mobilizar milhões de pessoas e gerar muito dinheiro.
A pergunta que não consigo parar de me fazer é: qual será o preço que teremos que pagar por tudo o que foi feito de bom e de ruim? Hoje, é impossível fazer qualquer projeção para o futuro imediato, quem dirá para o médio e longo prazo. A imagem do Botafogo de 2025 é a de um clube sem comando, sem rumo, e que dentro de campo não demonstra a força necessária para terminar a temporada de forma a oferecer a 2026 a possibilidade de ter um calendário (e, obviamente, receitas) condizente com a grandeza do Botafogo.
Estamos diante de um cenário no qual Textor quer retomar o controle pleno e inquestionável do clube, mas busca fazer isso sem demonstrar a força financeira necessária. Do outro lado, estão empresas e pessoas muito sólidas financeiramente, mas que certamente não conhecem a real dimensão do Botafogo e talvez por isso não tenham o “apetite” necessário para sustentar um projeto esportivo capaz de nos manter em nível de competitividade , de cabeça erguida, contra Flamengo e Palmeiras.
A cada dia em que ficamos “esperando” o Textor reunir condições para se acertar com a Eagle, a pressão por uma solução imediata aumenta. Isso tem me consumido de uma forma absurda, e sinto muita raiva de voltar a viver esse sentimento. No fundo, minhas dúvidas sobre qual é o melhor caminho para o Botafogo só aumentam. Parece inquestionável que a palavra de Textor perdeu muito do valor que já teve, e que seu modelo de gestão financeira é insustentável caso ele siga sozinho, sem investidores realmente fortes ao seu lado.
De maneira geral, sonho que essa briga judicial se encerre o mais rápido possível. Se o Textor continuar, que faça uma autoavaliação dura e, a partir dela, implemente correções urgentes e inquestionáveis. Não falo apenas da gestão financeira, mas também da reconstrução de um projeto sólido para o clube, com base em um comando firme, capaz de se impor de maneira profissional (desde as decisões mais simples até as mais estratégicas e complexas).
O Botafogo não é o que estamos vendo em 2025. Mas é preciso que quem estiver no controle tenha foco real no clube. Já está mais do que comprovado: futebol não se faz de qualquer jeito, nem sem acompanhamento diário.
Espero que o preço a pagar pelas decisões terríveis de 2025 não seja o de novamente não poder sonhar e viver o Botafogo vencedor que provamos existir nesses últimos anos.