A eliminação na Libertadores não foi exatamente uma surpresa. Todos nós chegamos em um consenso de que o planejamento da temporada de 2025, e principalmente a sua execução, foram desastrosos. Inexplicavelmente, o Botafogo mudou o perfil de contratações justamente no momento em que se desfez de jogadores centrais do ano mágico de 2024. Ou seja, houve uma guinada brusca em meio a um cenário de instabilidade também no comando técnico.
Começamos o ano com um pseudo-treinador e, após a saída oficial de Artur Jorge, demoramos mais de dois meses para contratar um técnico que já estava desempregado “desde sempre”. Em resumo: Textor parece ter tirado 2025 para errar tudo o que podia e o que não podia.
Diante desse quadro e da evidente má formação do elenco, cair para a LDU não chegou a ser algo inesperado. Ainda assim, havia expectativa de classificação, já que, mesmo com as lacunas, o Botafogo tem mais qualidade técnica que a LDU do possante Tiago Nunes.
Mas, agora, a Libertadores é passado.
O foco precisa mudar para o restante da temporada. E a grande pergunta que venho me fazendo é: o que esperar do Botafogo até o fim de 2025?
Essa dúvida me preocupa muito. Hoje convivemos com incertezas profundas, dentro e fora de campo. Confesso que isso me tira até um pouco da concentração nos jogos. Os bastidores estão em ebulição, e só consigo torcer para que a briga judicial entre Textor e a Eagle/Ares não se arraste, pois o risco de o desempenho em campo ser contaminado pelo extracampo me parece possível.
Ainda assim, acredito que o elenco atual tem capacidade para disputar seriamente o título da Copa do Brasil e brigar pelo G4 no Brasileirão. É claro que esses objetivos são bem mais modestos do que os que imaginávamos no início do ano, mas a realidade se impõe e, nesse caso, de maneira dura e incontestável.
Sendo muito honesto com vocês, já me pego focando o pensamento em 2026, só não mergulho de vez nisso porque não sei nem quem estará no comando do Botafogo semana que vem. E também porque estamos falando de futebol, um esporte que está sempre flertando com o imponderável. Mesmo depois de tantos erros, ainda é possível que terminemos o ano com um título inédito, por mais surreal que isso possa parecer.
O Botafogo de 2025 nos força a viver um dia de cada vez. E é exatamente isso que pretendo fazer daqui para frente.









