O Botafogo está muito perto do início da fase de grupos da Libertadores e ainda não contratou um técnico para o lugar do demitido Tiago Nunes. Todo esse cenário tem preocupado muito a maior parte da torcida, mas será que tem preocupado John Textor na mesma proporção? Creio que não.
A demissão do Tiago Nunes ocorreu no dia 22/2, desde então, todas as declarações vindas do Botafogo têm sido no sentido de mostrar para a torcida que o processo de escolha do novo treinador será feito com o maior cuidado possível, pois todos dentro do clube sabem que a margem de erro precisa ser mínima, devido aos recentes erros cometidos nas escolhas para o comando técnico. Textor deixou muito claro no podcast da Botafogo TV que ele está buscando um treinador que possua a capacidade de oferecer o mesmo tipo de liderança, capacidade e conhecimento que Luís Castro e sua comissão possuíam, ou seja, ele quer uma equipe técnica que consiga ao menos montar no clube a base para a implementação do famoso “Botafogo Way”.
Todos nós sabemos que não existe treinador brasileiro com nível suficiente para realizar os planos mais complexos do Textor, por esse motivo a busca prioritária está sendo por uma comissão técnica europeia (não ignorando a possibilidade de termos uma comissão sul-americana). Até agora, os principais treinadores europeus que se encaixam no perfil traçado pelo Botafogo parecem não estar querendo aceitar o desafio de treinar um clube brasileiro, ao menos nesse momento do ano. Partindo desse ponto, qual deve ser a postura do clube?
Eu sinceramente consigo ver no John a disposição em esperar até o meio do ano se uma opção que o agrade aceitar firmar um compromisso futuro. Nesse tempo em que estamos vivenciando a SAF Botafogo, já vimos várias situações nas quais a escolha do Botafogo foi esperar e assumir riscos por vezes altos. Lembremos que o Textor lutou e esperou pelo Castro, negociou calmamente com Bruno Lage, em momentos variados, assumiu a bronca de não ter no elenco uma sombra para Tiquinho, nunca demonstrou pressa durante as janelas de transferências, demitiu um treinador no meio de uma eliminatória da Pré-Libertadores e por aí vai.
Contratar por contratar não pode mesmo ser uma opção para o John, por esse motivo, eu acredito muito que se o treinador ideal não aparecer agora, nós acabaremos tendo a liderança do Fábio Matias até que esse profissional seja encontrado e aceite o desafio. Dentro dessa configuração, creio que a carga de pressão sobre o Fábio poderia ser mais controlável, pois existiria a certeza de que a extensão da passagem dele estaria acontecendo em nome de algo muito maior e com potencial de elevar o nível do clube.
Espero que consigamos ter um técnico à altura do projeto antes de iniciarmos a fase de grupos da Libertadores, mas se isso não for possível, aceitaria pagar o preço de esperar por um treinador que tenha a capacidade de mudar o Botafogo de nível no futebol sul-americano.
Eu topo assumir o risco, e você?