Não tem sido uma tarefa prazerosa acompanhar a versão 2025 do Botafogo, e até o mais “relaxado” irmão de camisa vai concordar com essa afirmação. Nós claramente jogamos fora a parte inicial da temporada e, com isso, nos encontramos hoje em um estágio de evolução do coletivo bem abaixo do ideal/necessário. Isso dito, precisamos valorizar muito tudo que aconteceu ontem no Nilton Santos.
Pela primeira vez, consegui ver os jogadores com aquela atitude que nos levou tão longe em 2024. Obviamente, muitas coisas precisam ser corrigidas e aprimoradas, mas a forma como os jogadores precisam encarar todos os jogos tem que ser inegociável. Ontem, consegui ver jogadores se cobrando, pedindo bola, orientando os companheiros, lamentando jogadas que poderiam ter sido feitas com mais qualidade, entre outras reações. Isso mostra o quão concentrado o time estava, e isso influenciou diretamente no desempenho até o momento do primeiro gol do Estudiantes (um pênalti absurdamente marcado e não revisado pelo VAR, diga-se).
O Botafogo ainda é um time em formação, e isso significa dizer que as oscilações vão ocorrer — e jogos como o de ontem ajudam nessa questão de estabilizar as coisas em um bom nível. Era preciso dar uma resposta forte, e ela foi dada. Conseguir sair de um momento conturbado (me refiro ao 2×2), jogando em casa e em um contexto de imensa pressão, só foi possível por todo o amadurecimento que o Botafogo está adquirindo como clube.
Sabe aquela coisa de “esse time sabe jogar essa competição!”? Pois bem, essa sabedoria não surge do absoluto nada, ela é construída através de noites como a de ontem.
O Botafogo passou muito tempo sendo praticamente irrelevante do ponto de vista competitivo, mas essa realidade está sendo mudada. Gols como o do Artur, ganhar uma final de Libertadores com dez jogadores desde o primeiro minuto de jogo, vencer categoricamente fora de casa o rival direto pelo título e golear um time tradicional em uma semifinal continental são exemplos claros que oferecem ao torcedor a esperança de que o time dele é capaz de feitos extraordinários.
A frase “Hoje é noite de Copa” deixou de ser apenas um slogan bonito, ela passou a ser um sentimento que se espalha no ar que corta o Nilton Santos. Estamos criando memórias que somente os gigantes, como nós, são capazes de criar.
Que noite irmãos, que noite!