Ontem foi encerrada a 25ª rodada do Brasileirão 2024, e o Botafogo fez uma partida perfeita que o recolocou na liderança do campeonato. Na mesma rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, estávamos demitindo Bruno Lage e iniciando todo o processo que nos fez perder um título praticamente garantido. Ao lembrar desse fato, me perguntei: quais motivos estão fazendo com que hoje o Botafogo esteja firme na briga pelo título? Quais lições foram aprendidas de 2023 para cá?
A reta final do ano passado evidenciou ainda mais a falta que um técnico de verdade faz no dia a dia e à beira do campo. Considero que a escolha pelo Artur é, sem dúvida, um dos principais ajustes de rota feitos pelo Textor. Este ano, a presença de Artur está nos oferecendo a estabilidade, a energia e a força necessárias para que o elenco mantenha o foco apenas em alcançar o máximo de seu potencial. Depois de ter errado ao abandonar suas convicções e atender à vontade dos jogadores com Lúcio Flávio, e de parte do Departamento de Futebol com Tiago, o Textor assumiu novamente a responsabilidade e buscou um líder que se alinhasse ao modelo ideal que ele próprio sempre imaginou ser o melhor para o Botafogo.
Outro ajuste importantíssimo foi a construção de um elenco mais equilibrado e de maior qualidade. A reta final de 2023 expôs a falta de peças em quantidade e qualidade capazes de sustentar o time. Quando as principais referências daquele elenco caíram física e tecnicamente (Eduardo e Tiquinho), não tivemos jogadores disponíveis para “segurar a onda” e oferecer o tempo necessário para que esses atletas se recuperassem. As duas janelas de 2024 resultaram em um elenco que figura facilmente entre os três melhores do país e, por consequência, entre os melhores da América do Sul.
Dentro dessa análise sobre o que foi melhorado de um ano para cá, destaco a melhoria da estrutura física como um fator de diferença positiva enorme no dia a dia. Estamos vendo em campo um time que conseguiu superar boa parte das dificuldades que o calendário insano impõe aos clubes brasileiros. Obviamente, vimos lesões sérias acontecerem, mas a comissão técnica do Artur conseguiu recuperar satisfatoriamente nossa parte física, que estava deficitária (também devido a uma pré-temporada mal planejada e executada). Creio que a substancial melhora da nossa estrutura física contribuiu diretamente para que isso essa evolução física fosse possível.
Por fim, quero destacar o amadurecimento mental do elenco, embora esse ainda seja um aspecto que precisa ser muito mais fortalecido. As oitavas de final da Libertadores foram um grande desafio para o Botafogo desde o momento em que o nome do Palmeiras foi retirado da bolinha no sorteio da Conmebol. Daquele momento em diante, o ano de 2023 voltou ao nosso dia a dia de forma muito intensa, nos obrigando a encarar de frente todas as nossas lembranças ruins. O jogo no Nilton Santos mostrou que éramos o melhor time do confronto, mas deixou tudo em aberto para o segundo jogo. Aquele final épico da partida no Allianz certamente fortaleceu o processo de desenvolvimento mental pelo qual estão passando todos os que trabalham no clube, e nós, torcedores.
Claro que outros ajustes foram feitos, sendo que alguns certamente nem sequer ficamos sabendo. Minha intenção não foi falar de todos, mas sim dos que considero os principais ajustes “públicos” realizados. Tudo isso só comprova o que venho dizendo há tempos: a Eagle está aprendendo a gerir futebol conforme as temporadas avançam e, o mais importante, está usando os erros cometidos como fonte de aprendizado para melhorias.
O Botafogo está conseguindo transformar os erros do passado nos acertos do presente, e esse é, sem dúvida alguma, o melhor caminho possível.
Seguimos mais fortes do que nunca!
