Muito se fala sobre a transformação que o Botafogo vem experimentando desde que se tornou uma SAF. É realmente impressionante a mudança de prateleira do clube no cenário atual do futebol brasileiro. Essa evolução pode ser explicada por diversos fatores, como a disputa pelo título brasileiro pelo segundo ano consecutivo, as contratações milionárias, o aumento significativo das receitas, a melhoria inegável nas instalações do CT Lonier, entre outros pontos. No entanto, gostaria de destacar um aspecto em especial: o amor-próprio e o respeito ao tamanho do clube.
Nos últimos dias, temos acompanhado a situação envolvendo o lateral-direito Damián Suárez, que tem forçado sua saída do Botafogo, recusando-se inclusive a viajar para Salvador para o segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. A atitude do jogador surpreendeu o clube, já que, até aquele momento, ele vinha demonstrando profissionalismo, dedicação e entusiasmo em vestir a camisa do Botafogo.
Após sua recusa em viajar, várias razões foram especuladas para essa mudança repentina de postura. Entre os rumores, chegou-se a mencionar que a esposa de Damián teria sido assaltada no Rio de Janeiro, boato que, até o momento, não foi confirmado. Com o passar dos dias, soubemos do forte interesse do Peñarol na contratação de Damián, o que ajudou a esclarecer a situação.
Confesso que fiquei muito curioso para saber qual seria a postura do Botafogo, especialmente considerando que a lateral direita é uma posição carente, na qual o clube investiu muito tempo de busca ao longo das temporadas sob a gestão da SAF. Após algumas declarações genéricas e evasivas, foi noticiado hoje que o clube, por meio do Artur Jorge, informou ao jogador que ele não faz mais parte dos planos da comissão técnica e do Botafogo.
Embora lamente bastante a saída do Damián, faço questão de enaltecer a postura do Botafogo. Ao não se curvar aos caprichos do jogador e ao assédio irresponsável do Peñarol, o clube deixou claro que nenhum atleta está acima da instituição. Durante muito tempo, vimos o Botafogo ser diminuído por seus dirigentes, mas este episódio solidifica a certeza de que, hoje, o clube valoriza sua história, seu tamanho e, consequentemente, sua torcida.
Quando erros são cometidos, é importante fazer críticas construtivas, então nada mais justo do que adotar a mesma postura quando acertos ocorrem. A conduta da SAF no caso Damián Suárez foi absolutamente perfeita.
O Botafogo parece ter aprendido a se respeitar, e essa é uma excelente notícia.