Na parte final da recém terminada primeira janela de transferências da temporada 2023, pudemos ver o Botafogo explorando efetivamente o mercado sul-americano das jovens promessas, e isso é algo muito significativo. As movimentações feitas visando a contratação do trio Matías Segovia, Diego Hernández e Matías Rojas (não contratado) nos dão a oportunidade de vislumbrar um futuro bastante diferente daquele imaginado antes da SAF.
O modelo de negócio da SAF Botafogo passa pela montagem de um setor de scouting forte, implementação de melhorias nas condições de trabalho, metodologia de treinamento alinhada com bases europeias e o uso da ligação entre o Botafogo e os clubes da Eagle Football como um diferencial competitivo, afinal, somos hoje uma “ponte” efetiva para que o jogador chegue ao mercado europeu.
Todo esse modelo fortalece muito a Eagle Football, mas é preciso que ele também proporcione ao Botafogo o máximo de retorno financeiro e esportivo possível. A busca do John Textor é tornar o nosso clube uma referência de captação e desenvolvimento de jovens na América do Sul, porém, esses jogadores precisam dar retorno esportivo ao Botafogo, não apenas financeiro. Não adianta conseguir colocar o jovem em uma posição de destaque dentro do elenco e enviá-lo para Europa na primeira ou segunda oportunidade. Creio ser preciso salientar também, que a negociação deve ser feita de maneira absolutamente transparente e com o clube que apresentar as melhores condições, seja ele membro da Eagle Football ou não.
Me deixa muito feliz ver o caminho que estamos trilhando na estruturação do clube, muito embora, algumas das etapas desse processo estejam sendo realizadas em uma velocidade menor que a desejada por todos (torcida, jogadores e diretoria). Acredito verdadeiramente que se fizermos tudo dentro do padrão de excelência esperado e planejado, o Botafogo poderá competir diretamente com clubes como o River Plate pelas melhores promessas sul-americanas e obviamente, por promessas do nosso mercado interno. O melhor movimento é contratar o Agüero antes dele ser “O Agüero”, e esse deve ser o mantra do Botafogo daqui em diante.
O caminho é longo, mas iremos colher os frutos desse trabalho no futuro.
