Eu e o Botafogo fizemos as pazes

Eu e o Botafogo fizemos as pazes
Vitor Silva/Botafogo

Assim como a maioria, eu também estive desanimado com o Botafogo, embora nunca tenha me afastado efetivamente do dia a dia comum aos que acompanham o clube. Continuei fazendo lives, escrevendo textos por aqui e postando no X, mas não conseguia me conectar com o time, chegando ao ponto de nem mesmo comemorar os gols que fizemos nesse início de temporada. No entanto, ontem o Botafogo resolveu me trazer de volta para perto.

Obviamente, fiquei muito feliz com o placar de “6×0” diante do Aurora, mas olhando em retrospecto, percebo que minha felicidade se deveu muito mais ao fato de ver o Tiquinho jogando em seu mais alto nível do que propriamente à vitória no jogo. Ontem, fui gradualmente sendo seduzido pelo Botafogo, pois conforme o tempo passava, vi um nível de comprometimento muito próximo ao que o melhor Botafogo de 2023 conseguiu mostrar. Presenciamos um time aplicado, utilizando muito bem sua qualidade técnica inegável, competindo por cada bola, buscando sempre a vitória e mantendo o tão falado controle emocional.

Quando sofremos o gol de empate, juro que não tive receio de que levaríamos a virada, pelo contrário, me vi irresponsavelmente confiante. Ao ver o André errar e oferecer ao Kauê a possibilidade de ficar “cara a cara” com o Felipe Alves, goleiro do Fluminense, e cometer o pênalti logo em seguida, tive a certeza de que converteríamos a penalidade e venceríamos o jogo. Quando o Marlon Freitas pegou a bola para realizar a cobrança, foi inevitável pensar no quão mágico o futebol é, sempre oferecendo oportunidades para que o “vilão” de hoje se torne o “herói” de amanhã.

Quando o Marlon converteu o pênalti, vibrei como havia feito pela última vez lá naquele jogo contra o Palmeiras no Nilton Santos. No momento em que o pênalti foi convertido, me reconectei verdadeiramente com o Botafogo. Não vou dizer que tudo está completamente resolvido dentro de mim, nem quando isso ocorrerá, mas ao ver os jogadores honrando nossa camisa diante do Fluminense, percebi que estava feliz com nosso time outra vez.

Para completar esse processo de reconexão, hoje me emocionei ao ler o excelente texto do João Moreira Salles na revista Piauí. Foi a primeira vez que chorei por conta do que aconteceu no final de 2023, e confesso que me sinto mais leve após isso. Nada na vida me define melhor do que o fato de eu ser botafoguense, absolutamente nada. Ao ler o texto do João, foi como se estivesse lendo um artigo escrito especificamente sobre mim. O poder que o sentimento de pertencimento tem para conectar pessoas, mesmo que não se conheçam, é algo surreal.

Foi realmente difícil passar pelo que passamos, mas tenho certeza de que algo muito especial está guardado para todos nós. Estou ansioso para que o jogo contra o Bragantino chegue logo, e isso me deixa feliz!

Voltei!!

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