Hoje o Botafogo inicia a temporada 2025 “pra valer”, e quero escrever um texto sobre as minhas expectativas para o nosso futuro mais breve. A chegada de Renato Paiva nos pegou de surpresa e causou um sentimento de certa frustração em boa parte da nossa torcida, pois tivemos nomes “de peso” sendo noticiados como possíveis escolhas de John Textor, e Renato não pode ser considerado um deles. Esse cenário, no entanto, não pode ser fonte de análises definitivas e essencialmente pessimistas apenas por conta de um certo nível de frustração.
Ao longo desse processo seletivo capitaneado pelo John, tive a percepção de que, em alguns momentos, ele demonstrou estar com algumas convicções não tão fortalecidas como antes. No entanto, a contratação do Paiva me pareceu ser uma volta ao que ele buscou inicialmente ao ir atrás do André Jardine.
Se traçarmos um paralelo entre os perfis do Jardine e do Paiva, encontraremos semelhanças claríssimas que dialogam diretamente com o perfil da remontagem do nosso elenco. Ambos possuem ideias arejadas e voltadas para um futebol ofensivo (mesmo que através de modelos diferentes), fizeram parte de projetos estruturados, possuem experiência muito sólida em trabalhar com jogadores muito jovens e ainda estão em um estágio profissional no qual têm aquela “fome” de chegar a níveis mais elevados do que alcançaram até aqui.
Obviamente, a chegada de Paiva nos oferece muito mais incertezas do que certezas nesse primeiro momento, mas é preciso que o devido tempo de trabalho seja dado ao nosso novo treinador. E, nesse ponto, quero reforçar algo que não podemos perder de vista em momento algum: o Renato não é o Artur Jorge. Claro que ninguém será ingênuo de pensar que comparações não serão feitas, mas o grande ponto é realizá-las de maneira justa, inteligente e equilibrada. O trabalho de Artur atingiu um nível de desempenho alto em pouquíssimo tempo, mas todos nós precisamos ter em mente que essa rapidez faz parte de um acontecimento extraordinário, pois o normal é que um trabalho novo demore certo tempo para evoluir e “dar certo”.
Minha primeira cobrança será por um time fisicamente bem preparado e organizado taticamente. Não espero ver um desempenho espetacular nesse primeiro momento, mas sim um time que seja capaz de competir fortemente contra qualquer adversário. Esse período de treinamentos antes da nossa estreia diante do Palmeiras me parece suficiente para que o estágio inicial desejado por mim possa ser alcançado. No entanto, para isso, precisaremos restabelecer os altos níveis de qualidade, intensidade, foco e comprometimento que tivemos nos melhores momentos de 2024. A boa performance será, como sempre, consequência do que for feito ao longo dos treinamentos e períodos de recuperação.
Espero que role um papo reto entre a nova comissão e os jogadores, pois o clube precisa voltar aos trilhos, e nada é mais essencial do que um alinhamento entre aqueles que poderão e deverão realizar esse recálculo na rota.
Desejo tudo de melhor ao Paiva e aos jogadores nesse novo início de 2025, pois precisaremos de cada um deles para voltarmos a lutar por todos os títulos que disputarmos.
Hoje, enfim, começará a nossa temporada de 2025!