Tivemos na noite desta segunda-feira (29/9) uma reunião no Conselho Deliberativo do Botafogo associativo, cuja intenção era obter alguns esclarecimentos importantes sobre a situação atual da SAF. No final da reunião, as informações que chegaram deram conta de que a totalidade das dúvidas não foi efetivamente esclarecida. Durcesio Mello não compareceu (tá sumido ele, né?) e o representante da SAF, Jonas Marmello, não foi capaz de elucidar todos os pontos levantados (por sigilo em alguns casos, e por não saber em outros). Confesso que fiquei bastante incomodado com mais uma situação que escancara a falta de transparência que permeia a SAF há muito tempo.
Como o vice-presidente executivo da SAF não consegue responder questionamentos não sigilosos relativos à própria SAF? Se existia uma pauta pré-definida, a SAF já sabia quais seriam os assuntos abordados, correto? Sendo assim, qual o motivo de enviar um representante que não conseguiria ajudar em todos os pontos? (Lembrando que a SAF não era obrigada a enviar um representante, mas, já que enviou…) Fica difícil acreditar que a intenção foi realmente contribuir para que toda essa situação ficasse ao menos um pouco mais esclarecida.
Sempre me incomodou essa postura da SAF de escolher caminhos que, no final, acabam criando uma espécie de véu sobre assuntos delicados da gestão (principalmente na parte financeira). É óbvio que não serei leviano a ponto de dizer que todo e qualquer detalhe deveria ser tratado publicamente, mas, em diversas ocasiões, nós, torcedores, ficamos com a sensação de que “está faltando algo aqui”, como em negociações de jogadores, por exemplo.
Já falei algumas vezes e não me cansarei de repetir: ser uma empresa no mundo do futebol não é o mesmo que ser empresa na maioria dos setores. Não é raro que os torcedores sejam tratados como clientes nessa nova configuração, mas isso está longe de significar que seja aceitável uma condução da SAF na qual o torcedor só deve ter acesso ao que se enquadra como bem de consumo ou serviço. Em resumo: o torcedor não pode ser tratado apenas como um cifrão contabilizado e projetado em planilhas e softwares.
Todos nós que mantemos o Botafogo de pé precisamos saber o que está sendo feito com o nosso clube. Se alguns esclarecimentos importantes precisam vir através de reuniões do Conselho Deliberativo da associação, é dever da SAF tratar o assunto com a devida importância. Nós já não aguentamos mais ficar sabendo de questões tão delicadas através de informações repassadas a conta-gotas.
A SAF Botafogo precisa se comunicar de maneira clara e direta com a torcida. Isso me parece inquestionável e obrigatório. Chega dessa coisa de tratar tudo envolto em uma névoa que convenientemente aparece apenas quando lhes interessa.
O Botafogo é um ativo do grupo Eagle, mas, antes de tudo, é um bem da sua torcida. Sem ela, essa empresa não tem valor algum.