Qual a real do Botafogo? Sem passar pano ou ser corneteiro!

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Qual a real do Botafogo? Sem passar pano ou ser corneteiro!
Vítor Silva/Botafogo

A torcida parece dividida entre corneteiros e passadores de pano. Mas essa não é a verdade absoluta. O dualismo que toma conta da nossa sociedade, claro, chegou ao Botafogo. E por mais que o preto e o branco sejam fundamentais na história e na identidade do clube, na vida real a situação não é assim. Nem tudo é ruim quando perde, ou excelente quando ganha. Há uma zona cinzenta e justamente onde o Alvinegro se encontra.

Após conquistar a Taça Rio com certa dose de vergonha, estampada nos sorrisos amarelos dos jogadores que sequer levantaram o troféu, o Botafogo decretou finalmente o início da temporada. Internamente, o Estadual tem sido tratado como período de treinamento – a torcida até acompanha o pensamento, o problema foi passar vergonha e ficar fora da zona de classificação para a semifinal.

Página virada. Fim de papo. O que o Botafogo aprendeu ou tirou de lição do Campeonato Carioca? Onde o Alvinegro se vê em relação aos demais competidores que também “iniciarão” a temporada a partir dos próximos dias? É possível ter respostas bem fundamentadas, desgarradas de nossas próprias opiniões?

Olhando para o próprio umbigo, o botafoguense tem certeza de que muita coisa precisa melhorarem relação ao desempenho apresentado até aqui. O trabalho de Luís Castro apresenta problemas crônicos como um sistema defensivo fraco a partir de uma marcação alta não tão eficiente.

Os adversários já entenderam e abusam dos lançamentos nas costas da defesa, criando problemas em sequência em praticamente todos os jogos sob o comando do português. O ataque também sofre em jogos específicos. Quando encontra um ferrolho, o Alvinegro tem muitas dificuldades em furar as duas linhas de quatro.

Sem um jogador diferenciado no drible, o esquema tático do Botafogo não cria oportunidades com superioridade numérica, ultrapassagens ou triangulações. Há uma dificuldade muito grande e que praticamente só é solucionada com jogada de bola parada. A expectativa é que com as chegadas de Júnior Santos e Matías Segovia, o Glorioso consiga a alternativa necessária para romper o paredão que cria uma “rua sem saída” para Castro.

Tem coisa boa também

Como disse anteriormente, Castro tem defeitos e qualidades. A parte boa é que ele confia e muito no seu trabalho, o que é fundamental para ter resultados positivos. A marcação de linha alta traz problemas, mas também rende frutos quando tudo sai certinho. Quando há uma aproximação entre os atletas, é um jogo bonito de se ver.

Existe um norte a ser seguido por Castro, como ficou claro diante do fraco Audax. O problema é que a oscilação impede maior confiança no trabalho como também ficou provado nas estreias na Sul-Americana e Copa do Brasil. Com um ano de trabalho, e com pelo menos seis meses com o atual grupo nas mãos, era esperado um avanço no desempenho geral.

Sobre o Brasileiro, muitos clubes, de fato, estão em situação semelhante ao Botafogo. Apesar de uma competição repleto de grandes, existe grande possibilidade de haver nivelamento por baixo. Se apegar nisso é um risco e um caminho que não gostaríamos de ver o Alvinegro fazer. Risco, no entanto, é uma palavra que ditará a temporada do time.

A possível demissão de Castro não me parece algo concreto ou iminente. O único que pode fazer isso é John Textor e, claramente, não foi esse o caminho escolhido pelo norte-americano. Vamos com o que temos e o que temos está longe de ser ruim. Nos resta torcer e confiar no trabalho de Luís Castro. “E que Deus nos ajude”.

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