Durante as últimas décadas muitos problemas dentro do Botafogo eram fáceis de identificar. Como “2 + 2 = 4”, algumas coisas eram claras e aparentes a qualquer vista. Assim como as soluções. E se desse errado? A culpa era da torcida. Tudo muito simples. Hoje, o Botafogo derrete com uma campanha de rebaixado no segundo turno do campeonato. E os problemas são mais complexos e precisam ser tratados como tal, como esperado de uma gestão.
Após o Campeonato Brasileiro, já deveria estar fazendo, precisa haver uma identificação de todos os problemas, raízes e processos quebrados que levaram a um time passar de melhor campanha de um turno para no seguinte ter uma campanha de time rebaixado. Não precisava de muito, e nem isso conseguimos até aqui. Mesmo com o título isso precisa estar em pauta, pois a campanha de rebaixado ainda estará lá.
Todos da cúpula do futebol necessitam fazer um exercício em escrevendo em um quadro-negro problemas que aconteceram nesse segundo semestre. Caso ao fim, tenha somente meia dúzia de situações, será surreal. Precisa ter acontecido muita coisa para essa despencada. Eu não ficaria satisfeito se amanhã o John Textor convocasse uma coletiva “identificamos os problemas: arbitragem, apagão, panela, janela do meio do ano, Lage, Lucio Flavio e saída do Castro”. Não! Nada disso explica um time ir de melhor campanha para pior em um intervalo de três meses. Podem ter sua parcela, mas não afundam o Titanic. O quadro precisará estar totalmente escrito. Aí sim, identificar quais foram as raízes e tudo que originaram de erros.
Por que isso aconteceu? Por que não foi identificado e corrigido durante o processo? Poderia ser evitado? Como? O que faltou nessa situação? Quem faltou nessa situação?
Identificar raízes e erros é essencial para que não se repitam futuramente. Se apegar a perguntas e respostas simples é pedir para tudo se repetir em “looping”. A SAF precisa continuar um caminho profissional prevenindo e corrigindo os problemas da mesma forma. Sempre foi mais fácil culpar a torcida, alguns até tentam (culpa foi do “seremos!”, culpa foi do mosaico, etc..), mas dessa vez não!
Respostas complexas para problemas complexos. Respostas profissionais de quem se autointitula profissional.
2 + 2 = 4… não responde mais nada importante!
