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Botafogo, 121 anos: o sonho que começou de calças-curtas

Blog do Léo Andrade

Por: Blog do Léo Andrade

- Atualizado em

Botafogo fundação
Reprodução

Era 12 de agosto de 1904. O Largo dos Leões guardava uma praça onde, naquela tarde, oito jovens decidiram que não iam apenas praticar o novo esporte, o futebol. Eles iam criar um clube. Não um clube qualquer, mas algo que representasse amizade, coragem e, sem que soubessem, eternidade. Flávio, Jacques, Vicente, Arthur, Emmanuel, Álvaro, Otávio e Antônio deram vida a um time que carregaria, para sempre, a alma de crianças sonhadoras.

A mensalidade foi fixada em 2 mil réis e, para economizar, aproveitaram o talão de recibos de um clube de pedestrianismo já extinto, o Electro, nosso primeiro nome. Flávio, presidente, cuidava das bolas e também da paz com os vizinhos. Tinha uma regra rígida: nada de garotos mais novos. “Calças-curtas” não entravam. Ele queria gente grande.

O primeiro campo? O próprio Largo dos Leões. Traves improvisadas com palmeiras imperiais e um paralelepípedo para corrigir a distância entre elas. Cercado por casas, o lugar rendia janelas quebradas e bolas perdidas, muitas destruídas pelo bonde que cruzava a rua. Foi aí que surgiu Paulinho, um pequeno “calça-curta” que chegava montado em seu pônei, pronto para resgatar as bolas antes que o bonde as esmagasse. Nosso primeiro gandula, antes mesmo de existir a palavra.

Outro garoto, Benjamin, também quis entrar. Com as mãos nos bolsos e o corpo esticado para parecer mais alto, disse a Flávio que tinha 12 anos e pagaria a mensalidade como qualquer outro. Ouviu um “não” firme. Saiu dali prometendo fundar seu próprio time.

O tempo mostrou que Flávio se enganava. O Botafogo não nasceu de homens feitos, mas de meninos que não aceitavam limites para sonhar. Paulinho cresceu, virou Paulo Azeredo e presidiu o Botafogo por anos. Ajudou a construir a sede de General Severiano, conquistou títulos nas décadas de trinta, cinquenta e sessenta, ergueu o Mourisco e fez do clube um gigante também nos esportes olímpicos. Benjamin cumpriu a promessa: fundou seu time, que depois se uniu ao Botafogo e se tornou a primeira divisão de base alvinegra. Mimi Sodré, como ficou conhecido, foi ídolo, campeão carioca, artilheiro, pioneiro na Seleção Brasileira e presidente conciliador.

Hoje, 121 anos depois, o Botafogo é muito mais do que vitórias e troféus. É a soma de traves improvisadas, bolas salvas do bonde, calças-curtas teimosas e a ousadia de acreditar. Porque o tempo não levou o que eles criaram. O tempo virou sócio.

Salve o Glorioso. Sempre.

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