Deshi Basara, Botafogo! A lição de Bruce Wayne, o Batman, ao clube

Deshi Basara, Botafogo! A lição de Bruce Wayne, o Batman, ao clube
Warner Bros. Pictures | Vítor Silva/Botafogo

No último filme da espetacular trilogia de Christopher Nolan, “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, uma parte é especialmente marcante. Após ser derrotado por Bane, Bruce Wayne é jogado em uma prisão dentro de um poço profundo. O poço tem um último degrau quase inatingível, mantendo viva a esperança de fuga dos prisioneiros, mas também o tormento de ver a liberdade sem poder alcançá-la. Sempre que alguém tenta a escalada, os outros presos entoam o cântico “Deshi Basara”. Wayne tenta várias vezes escapar, mas sem sucesso. Ele sempre escala com uma corda de segurança que o protege das quedas, assim em cada fracasso ele lida somente com a frustração do insucesso.

Desde que nos tornamos SAF, há dois anos e meio, enfrentamos o rival da Lagoa seis vezes no Brasileirão: quatro vitórias e duas derrotas. Talvez, na arrogância e prepotência de quem sempre acreditou estar acima de tudo, eles tratavam as derrotas como meros acidentes, sem abalar sua confiança ou reputação. Mesmo 15 anos depois, ainda tentam emplacar o “chororô” como se fosse um assunto atual, sem receio de ter volta, pois a arrogância nunca percebe o tombo, por mais iminente que seja. Mas no último domingo (18/8), a ficha pareceu cair; eles tiveram um choque de realidade. Não são e nunca serão soberanos. Sofreram uma derrota humilhante. A reação da imprensa foi imediata, com matérias criticando John Textor, choros hipocritamente por fair play financeiro enquanto faturam altíssimo com pay-per-view, e tentativas de desacreditar nossa gestão. É cômico e patético ver o choro de quem acreditava que surfaria sozinho, sem ondas para os rivais.

Na quarta-feira, enfrentamos nosso mais recente desafio no Allianz Parque contra o Palmeiras. Jogamos 11 contra 11, embora eles pudessem ter terminado com dez jogadores no segundo tempo. Abrimos uma vantagem de dois a zero, mas acabamos cedendo o empate nos minutos finais durante uma pressão frenética. Os acréscimos trouxeram um verdadeiro “déjà vu“, com a sensação que nossas almas estivessem assistindo tudo de fora do corpo. Nossos medos e frustrações mais recentes se concretizaram quando o terceiro gol do Palmeiras aconteceu. Naquele instante, era impossível descrever o sentimento; todos nós estávamos presos em nosso poço, sem noção do tempo, mas ainda com a luz da esperança. Contudo, diferente de 2023, o árbitro recorreu ao VAR e tomou a decisão correta. Em apenas dez minutos, enfrentamos nossas sombras e mostramos nossa força, reafirmando nossa volta.

Bruce Wayne tentou inúmeras vezes sair do seu poço, sem sucesso. Até perceber que estava ali para confrontar seus medos e tudo que o fazia acreditar que não conseguiria. Por isso, sempre usava uma corda que o limitava. O segredo para escapar era estar pronto para se lançar sem a corda, colocando tudo de si, sem olhar para trás — assim como o Botafogo.

Antes de escalar sua saída final, Batman perguntou o significado do cântico “Deshi Basara”…

“RESSURJA”!

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