O gol de Maurício em 1989 não representou apenas o fim de um jejum de 21 anos sem títulos. Foi um grito para que todos soubessem que o Botafogo resiste a tudo e a todos. A torcida do Botafogo testemunhou o clube ser dilacerado como instituição durante 21 anos.
Nesse período, o próprio Botafogo quase perdeu sua alma ao se desfazer de sua histórica sede de General Severiano. A torcida desceu a rampa do Maracanã por 21 anos, carregando suas bandeiras em um cortejo de derrotas, mas nunca abandonou sua grande paixão. Resistimos ao afastamento da nossa história, resistimos a José Marçal, resistimos a Charles Borer, resistimos ao Morumbi em 81, resistimos às zombarias e a “parabéns para você”, entre outros desafios gigantescos.
O gol de 89 foi um grito de “nunca sairemos daqui”, que abriu caminho para o gol do Dias, a defesa de William, as defesas de Wagner, o gol de Túlio, o gol de Dimba, o gol do “Zé do Gol” e o retorno à nossa casa em General Severiano.
Gritavam aos quatro cantos que iríamos acabar, fizeram de tudo para isso, mas não deixamos. Permanecemos unidos! E talvez esse seja o maior desejo para o futuro: juntos buscarmos o “gol do Maurício” desta geração.
Há na mitologia grega um episódio em que Poseidon tenta destronar seu irmão Zeus como governante do Monte Olimpo. Zeus, porém, não se curvou, pois era um lutador, era um Deus, era uma glória. Assim como o Botafogo…
O grito da turba despeitada tenta, por vezes, desmoronar seu trono e sua glória. O Botafogo, contudo, não se abate, porque o que é grandioso e verdadeiro só morre na eternidade.
O dia 21 de junho é a data para todos se lembrarem de que o Botafogo foi, é e sempre será o eterno “Glorioso”.