Modus Operandi – Janela de Transferência do Botafogo

Modus Operandi – Janela de Transferência do Botafogo
Vítor Silva/Botafogo

O Botafogo tem adotado algumas estratégias em janelas de transferência, e uma delas é o “sigilo”. Desde o começo da SAF, o clube busca fechar com atletas sem acender holofotes na mídia. Por um lado, a estratégia é boa pois evita leilão e clubes tentando atravessar ou atrapalhar a contratação a valorizando mais (isso acontece!). Por outro lado, fica muitas as vezes a sensação de que está tudo parado, sem qualquer avanço. E muitas vezes está mesmo.

Acima de qualquer sigilo, o Botafogo ainda peca muito na comunicação com a torcida. Não consegue contar a própria narrativa. Quase sempre a que fica é a criada em rede social. Essa questão fica muito evidente em janelas de transferência. Essa aproximação com a torcida não deve ser feita somente em “gameday”, falta às vezes a percepção que falamos de Botafogo 24 horas por dia. Nas boas, e nas ruins. Respiramos Botafogo.

Hoje, por exemplo, vejo em tudo que é lugar a narrativa que o Botafogo contrata somente jogador por empréstimo com opção de compra para devolver sem custos. Fiz uma pesquisa rápida e a SAF desde 2022 se movimentou da seguinte forma:

📄 Aquisição de direitos econômicos (17):

– Perri, Cuesta, Tche Tche, Victor Sá, Tiquinho, Jr Santos, Sampaio, Danilo Barbosa, PK, Sauer, Diego Hernandez, Segovinha, Mateo Ponte, Erison, Oyama, Carlos Alberto e Jeffinho.

📄 Jogadores que assinaram em fim de contrato (8):

– Saravia, Adryelson, Marcal, Marlon Freitas, Eduardo, Bastos, Segovao e Diego Costa.

📄 Empréstimo com opção de compra não exercida (5):

– Di Placido, Piazon, Lucas Fernandes, Pires (indefinido) e Luis Henrique.

Além de não se movimentar, não conseguem dialogar com a torcida.

John Textor deu uma entrevista há quase três semanas falando em “janela agressiva”. Após nada mais foi dito de forma oficial e ligaram o modus operandi “confia no pai!”. O meme do Vincent Vega (John Travolta) perdido em Pulp Fiction cairia como uma luva para o momento. Os últimos dois meses do Botafogo foram tenebrosos para a torcida. E isso não pode ser tratado como somente um acidente de percurso. NÃO FOI!

Acredito que o sigilo e movimentações assertivas devem ser o mote para não dar passos falsos em um mercado inflacionado e com muitos “players” nessa janela. Não dá para afirmar que vamos fechar com jogadores de alto nível ou que será uma janela morna. Somente esperar com o tempo passando e uma “Pré-Libertadores” à vista em 2024. O Botafogo não tem que pedir a confiança em modo “confia no pai!”, tem que conquistá-la de novo.

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