Como fiz a cobertura da CPI do Futebol de 2000 e 2001 acreditei que a atual poderia ajudar a moralizar o futebol brasileiro. Mas os últimos acontecimentos e a postura de alguns senadores mostram que a tendência é ela virar um grande circo, como várias outras neste país. Assuntos que realmente são relevantes parecem ser deixados de lado. Alguns parlamentares mudam de opinião de forma constante. E ninguém parece atacar o real problema: investigar o envolvimento de instituições e seus membros em um possível esquema de manipulação de resultados. Enquanto isso Luiz Henrique, em grande fase, virou alvo.
A CPI aprovou esta semana requerimento para ouvir Luiz Henrique sobre os episódios dos cartões amarelos na Espanha. O assunto, encerrado em terras espanholas, mostra apenas que a CPI está sem rumo, atirando para todos os lados. Ela tinha começado muito bem, focando no futebol brasileiro.
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Alguns vão dizer que “se Luiz Henrique for culpado quem garante que ele não estará fazendo no Brasil?”. Mas neste caso vamos para o terreno das suposições. Além disso, basta olhar o rendimento de Luiz Henrique, o momento do jogador, a sua conta bancária e perceber que isso não passa de grande balela.
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Foco da CPI do Futebol não pode ser Luiz Henrique

Enquanto mantém foco em Paquetá e Luiz Henrique, a CPI da Manipulação esquece de olhar as competições da CBF. Enquanto quebra o sigilo bancário e telefônico de parentes de Paquetá, deixa que algumas decisões absurdas dentro de campo fiquem sem nenhuma investigação. Todas as profissões existem pessoas boas e ruins. Portanto, quem garante que não tem árbitros da CBF envolvidos em esquemas? Ou dirigentes de clubes e das entidades? Não seria o caso de quebrar alguns sigilos?
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Enquanto atirar para todos os lados e não ter um foco a CPI do Futebol vai servir de palanque apenas para senadores que desejam aparecer e corre sério risco de virar um grande circo. Tomara que isso não aconteça.