Frase de Leila sobre o Botafogo gera espanto

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado Federal | Junho 2024
Reprodução/TV Senado

O depoimento de Leila Pereira no Senado, na CPI do Futebol, teve vários pontos interessantes. Logicamente que o que mais chamou a atenção de todos foi a polêmica envolvendo John Textor. Mas uma frase curiosa da presidfente do Palmeiras me causou espanto. Passa a nítida sensação de que no futebol atual existem dois lados: quem se incomoda com a corrupção e quem se beneficia dela. Leila precisa decidir qual dos dois lados vai defender e entender que as acusações do dirigente botafoguense vão muito além de uma questão de clubismo.

No seu depoimento na CPI da Manipulação a presidente do Palmeiras questionou o fato de Textor levantar suspeitas sobre o futebol apenas após a virada do Palmeiras sobre o Botafogo no segundo turno do Campeonato Brasileiro do ano passado. O Verdão venceu por 4 a 3 após estar perdendo por 3 a 0.

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Leila usou seu tempo na CPI para dizer que Textor só fez o que fez porque ficou insatisfeito com a virada.

– O início desse entrevero não tenho dúvida nenhum, ninguém tem, foi a virada de 4 a 3. Essa é a realidade, não é questão de clubismo. O estranho não é o 4 a 3, a virada do Palmeiras. Até aquele momento, não se tinha denúncia de manipulação, a partir dali começaram as denúncias – disse ela.

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Vamos pensar em uma família que morava em um bairro seguro e se muda para um bairro dominado pelo tráfico de drogas. Então essa família começa a lutar contra o tráfico. Em vez de elogiarmos a iniciativa, vamos publicamente questionar a família: “Por que só agora estão tão preocupadinhos com o tráfico?”.

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Textor passou a se preocupar com manipulação no futebol quando percebeu que poderia estar sendo vítima dela. Normal.

Leila, Botafogo e a CBF

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Outro fato curioso que mostra que a dirigente palmeirense parece viver em outro mundo é quando ela falou da CBF.

– Se eu tiver conhecimento de algum ato, alguma suspeita, vou denunciar para o próprio presidente da CBF. A CBF tem uma empresta, SportRadar, que trabalha para que se detecte atitudes suspeitas. Cabe a cada um de nós dos clubes denunciar direto à CBF. Nunca tive essa suspeita. Se tivesse, não tenha dúvida que denunciaria, porque não trabalho com bandido – disse ele.

Pergunto então os motivos pela qual a CBF não quer receber o Botafogo, como aconteceu na semana do clássico contra o Flamengo. Sugiro a Textor da próxima vez pedir para Leila agendar um papo entre ele e o presidente da CBF. Leila precisa decidir rapidamente em qual lado da força ela está.

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