Não fiz uma pesquisa. Mas ouso dizer que sete entre dez botafoguenses que falam comigo dizem não entender os motivos que levam John Textor a procurar um técnjco estrangeiro para o Botafogo. Esses defendem a permanência de Fabio Matias. Se eu fosse o responsável, hoje falando de fora, muito provavelmente efetivaria o interino por conta dos grandes resultados em campo. Mas tem momentos na vida que precisamos dar ouvidos ao outro lado e entender que talvez seja o nosso pensamento que não esteja tabelando com o bom senso.
Eu manteria Fabio Matias, e não vai nenhuma crítica a ele no que vou falar aqui, porque comecei a acompanhar futebol em uma época que o amadorismo reinava e isso contagiava a torcida. Vivi em uma cultura onde “se deu errado chama o Joel Santana” e isso resolvia porque apenas o campo e bola decidia o futebol. Lembro de na década de 90, com o Botafogo mal em uma edição de Campeonato Brasileiro, vibrar com a chegada de Jair Pereira porque acreditar que ele, dozinho, levaria o time ao título.
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Se na empresa que você trabalha demitem um gerente e o supervisor acaba acumulando a função, logo os funcionários falam em amadorismo, em falta de visão. Mas é o que alguns defendem neste momento com Fabio Matias. Mas ele não tem condições de ser efetivado? A discussão não é essa. Vai além disso. Ele está sendo preparado para a função. Mas não precisa ser jogado nela dessa maneira. Lucio Flavio foi e deu errado.
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Textor vê Botafogo na ponta
Bate um medo de que a chegada de um treinador atrapalhe o time agora. É sim uma possibilidade. Só que o pensamento é de longo prazo. A ideia não era fazer o Botafogo brigar por todos os títulos em um curto espaço de tempo. Mas no amadorismo do futebol brasileiro, Textor conseguiu atingir este estágio facilmente. Talvez tenha ficado até surpreso com isso. O Botafogo de hoje não fala em salários atrasados, em vender jogadores a preço de banana e outras coisas que eram rotinas por lá. Mas talvez a gente nem tenha se dado conta disso.
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O Botafogo quer um técnico de ponta porque é assim que Textor vê o clube. Como protagonista. Como alguém que precisa buscar sempre o melhor, logicamente sem loucuras. Talvez para quem cresceu no amadorismo, como eu e parte da torcida, não consiga entender.
