Se imaginarmos os últimos anos no Botafogo a postura neste início de Campeonato Carioca seria a seguinte: após as quato primeiras rodadas uma grande vibração com a liderança. Depois da derrota para o Fluminense o discurso seria o de que o adversário tem orçamento maior, montou um time para a Libertadores e que o resultado não foi tão ruim. O conformismo que tomou conta do Botafogo, principalmente na gestão anterior, de Nelson Muffarej, parece ter chegado ao fim no Botafogo. Esta é a grande mudança.
O Botafogo cada vez menos se prende a resultados de momento. Isso já vinha de certa maneira mudando desde o ano passado. Mas com toda a certeza se intensificou com a chegada de John Textor. É nítido que mesmo acompanhando os jogos do time, vibrando com vitórias e ficando triste com derrotas, o investidor tem um olho na frente.
As mudanças estruturais que estamos acompanhando fazem parte deste processo. A insistente busca pelos números, pela análise de desempenho e pelo trabalho baseado em metas vão dar com toda a certeza os frutos que o torcedor tanto deseja.
Enderson é um técnico do tamanho do Botafogo?

A possibilidade da demissão de Enderson Moreira faz parte disso. Em situação normal o treinador não estaria ameaçado por mais que o time tenha feito um péssimo segundo tempo contra o Fluminense. Afinal de contas ele foi um dos grandes respoonsáveis pelo acesso e vinha na liderança do Campeonato Carioca. Mas esses argumentos parecem poucos para Textor. E é assim que tem que ser.
Como escrevi ainda esta semana, Enderson não pode pagar o preço pelo cenário de expectativa x realidade no Botafogo. Vem fazendo demais com o que tem em mãos. Alertou inclusive sobre isso antes do Estadual. Mas se quisermos discutir se ele é um técnico do tamanho do Botafogo é outra conversa. Uma conversa nada superficial. Mas que Textor cada dia mais traz para a mesa.