Renato Paiva pode não ser o melhor treinador do futebol brasileiro. Mas está longe de ser um profissional incompetente. Entretanto os maus resultados alimentam o sentimento de que o treinador é o grande culpado. Assim a lógica popular caminha para culpá-lo se as coisas não estão saindo dentro do esperado. Nos últimos jogos, como na importante goleada de 4 a 0 sobre o Internacional, temos visto Renato Paiva se livrar das culpas. Não por deixar de assumir erros. Mas por tentar corrigir e ter a humildade de perceber quando não dá mais.
O principal problema do Botafogo nesta temporada tem sido a falta de criatividade. A ausência de Thiago Almada salta aos olhos. Santiago Rodríguez não deslanchou ainda. E agora, sem Savarino, o problema apenas se agravou. Renato Paiva não tem culpa de o elenco não ter muitas opções para este posto e anda sofrer com desfalques. Entretanto passa a ser responsável se insiste em estratégias que apenas agravam o problema.
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A insistência com Patrick de Paula na função de criação de jogadas tornava Renato Paiva o cúmplice desse vazio de criatividade do time. Mas o treinador finalmente percebeu que não dava e teve a humildade de assumir.
– Percebi que o Patrick [de Paula] não dava ali, porque não consegue jogar de costas para o jogo, então fui à procura de alguém, e dentro das características é o Artur – explicou Paiva.
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Renato Paiva busca várias opções

Apesar de colocar Artur como seu nome na criação de jogadas, Renato Paiva tem trabalhado várias soluções que facilitem o trabalho. Jeffinho, mesmo sendo um cara mais para executar do que para pensar o jogo, também foi testado. Cuiabano virou uma válvula de escape que tem se mostrado muito eficiente em algumas situações.
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A maior participação dos laterais no ataque tem se refletido em gols importantes para o Botafogo, como vimos contra Carabobo, em uma vitória “irritante”, e Internacional. Aos poucos Renato Paiva vai conhecendo o elenco e se livrando das culpas. Só não dá para fazer milagre.