Vejo a discussão sobre a demissão de Tiago Nunes no Botafogo e percebo que muitas vezes os dirigentes se sentem inibidos e pressionados a não dispensar técnicos por conta das críticas. Dizem que é um erro, que é culpa da cultura do futebol, que é preciso paciência. No caso do Botafogo logo revisitam Luís Castro para reforçar a tese. Só que especificamente no caso de Tiago Nunes fica evidente que não dá mais para se defender como escrevi na segunda-feira.
Tiago Nunes iniciou o ano com a herança maldita de 2023, do que aconteceu na reta final. Um risco assinar um contrato de prazo longo sem saber o desfecho do Campeonato Brasileiro e a carga emocional que esse mesmo desfecho poderia gerar. Aposta feita, deu errado. O Palmeiras foi campeão. Não dava para culpar a diretoria pela perda do título. Foi uma série de fatores.
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Apesar desse cenário, agora vai ser possível culpar a diretoria se o pior acontecer na Copa Libertadores. Nem falo do Aurora, mas do Bragantino, por exemplo, se cruzar o caminho botafoguense. Está claro que com Tiago Nunes o Botafogo caminha para um abismo. Ele não mostrou equilíbrio emocional para tocar o projeto. Suas entrevistas são trágicas. Algumas até patéticas. O elenco pede um choque de gestão que só vai chegar com um novo comando, não comprometido com o que aconteceu em novembro do ano passado. Tiago Nunes não tem culpa do que aconteceu. Mas fez parte do barco que afundou. Não é incompetente. Mas não é o nome certo neste momento.
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Tiago Nunes: não é apenas questão emocional
Se o aspecto emocional e a falta de perspectivas com ele no comando saltam aos olhos, a questão tática também não ajuda. O Botafogo se tornou um time que tem dificuldades de se defender, ficando muito exposto. Ele nunca conseguiu organizar o sistema defensivo. Ou seja, não há argumentos que justifiquem a sua permanência. Paciência com treinador é justo quando se nota a evolução.
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Hoje é muito bonito bancar o treinador, dizer que confia no trabalho. Só que a Libertadores é estratégica para o clube este ano e dá tempo de se organizar até o jogo contra o Bragantino. Basta a diretoria desejar. Se mexer depois do pior, sabendo antes das consequências, é omissão. E você, torcedor, concorda com a demissão de Tiago Nunes?
