John Textor pode ter seus defeitos. Mas está longe de ser tolo. Cada passo que ele toma tem um objetivo definido. Não age no desespero. A única vez que vimos fazer isso custou caro. Foi quando aceitou manter Lucio Flavio após a queda de Bruno Lage. Mas aí foi uma tolice coletiva, pois quase todos elogiaram a decisão. Na parte de gestão então ele vem nadando de braçadas. E isso não tem a ver com resultados em campo e sim com o crescimento do Botafogo fora dele. Cada vez mais tenho a certeza de que se o Brasil adotar o fair play financeiro, o Botafogo vai engolir os rivais.
O fair play financeiro se resume em você só poder gastar dentro de um percentual em cima do que arrecada. Este foi o gancho usado pelos desesperados dinossauros do futebol brasileiro para tentar impedir a democratização do futebol. Como assim o Botafogo tenta entrar em um seleto grupo que controlou o futebol nos últimos anos? Mas se é assim qual o motivo de Textor também defender um fair play financeiro?
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Textor sabe que o Botafogo tem capacidade de organização e cada vez arrecada mais. Seja com sócio-torcedor, bilheteria, gestão de estádio, cotas de TV e patrocínio, o clube vem evoluindo. Mas é neste último quesito que está o caminho que pode fazer o Botafogo engolir seus rivais.
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O dinheiro de patrocínio conta nesta discussão envolvendo fair play financeiro. Quem tiver capacidade de buscar investidores neste sentido vai se dar bem. Textor tem clubes na Europa e uma capacidade gigante para conseguir este tipo de acesso. Não vai depender de dinheiro público. Ou os rivais acreditam que o Botafogo vai apostar suas fichas em guaraná natural para escapar de fair play financeiro?
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PSG ‘garante’ o Botafogo no fair play financeiro
Na Europa tem fair play financeiro. O PSG por exemplo estava dentro das regras da UEFA e mesmo assim conseguiu montar um time bilionário com Neymar, Mbappé e Messi. Talvez porque tinha um patrocínio ligado a seus donos, que tinham grande capacidade de fazer dinheiro. Capacidade que não falta a Textor. E regular os contratos de patrocínio dos clubes vai ficar difícil até mesmo para os dinossauros. Ou seja, Textor vai engolir muita gente.
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Neste cenário vai restar aos clubes dinossauros apostar em cotas de TV. Mas com as ligas e a capacidade de investimento dos demais, incluindo as SAFs, este abismo vai ficar menor. Ou seja, em um cenário onde as receitas de todos cresce, a competência será um fator decisivo. E tem gente que não se garante.
