Críticas a Paulo Autuori? Botafogo ainda paga o preço de ter um elenco enxuto e jovem

Paulo Autuori - Corinthians x Botafogo - Campeonato Brasileiro 2020
Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo tinha o jogo na mão, mas acabou cedendo o empate ao Corinthians e completou quatro jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Olhando assim, é preocupante, claro. Mas há alguns exageros na “cornetagem” da torcida. Nós do FOGÃONET temos recebido muitas mensagens com críticas a Paulo Autuori. Mas será que é para tanto?

Uma das críticas que foram feitas é que Autuori mexe demais na equipe, que muda muito o padrão tático, que demora a fazer substituições. A questão é: há tempo para ele treinar a equipe? O Botafogo sofreu com muitas saídas recentes e, com um jogo atrás do outro, não há tempo para trabalhar com a riqueza de detalhes necessária.

Paulo Autuori chegou a citar isso na entrevista coletiva pós-jogo neste sábado. Falou da quantidade de atletas que perdeu nos últimos meses (Alex Santana, Luiz Fernando, Cícero, Danilo Barcelos, etc…) e do calendário abarrotado, provocando assim desgaste físico nos atletas, lesões e até estresse mental, já que não há tempo nem para relaxar a cabeça.

Pressão no futebol é a coisa mais vulgar do mundo. O valor que eu dou a isso e um zero à esquerda dá no mesmo. O que eu fiz do jogo de quarta-feira para esse, no sábado? Treino não teve, só recuperar jogadores. São clichês do futebol e falta de tolerância dos dirigentes. E de parte da imprensa também – afirmou o treinador alvinegro

E, realmente, todas as equipes com o calendário cheio terão de rodar seus elencos, depois de os jogadores terem ficado três, quatro meses trancafiados em casa por conta da pandemia. Não é só o Botafogo que está fazendo isso. Todos estão. O problema é que o nosso Glorioso não tem um elenco numeroso para fazer esse rodízio com qualidade.

Na zaga mesmo, hoje são apenas três opções – e os três tem atuado como titulares: Marcelo Benevenuto, Kanu e Rafael Forster. A reposição é o jovem Sousa, recém-promovido e que pode não aguentar uma bomba dessas. O mesmo se diz em relação ao meio-de-campo. Só há Luiz Otávio e Romildo como opções na “volância”. Na frente, o garoto Matheus Nascimento, de 16 anos, teve que ser acionado.

Aí vem as críticas em relação às substituições. O que Paulo Autuori poderia fazer contra o Corinthians? As opções eram Diego Cavalieri, Rhuan, Sousa, Luiz Otávio, Hugo, Matheus Nascimento, Davi Araújo, Lecaros, Warley e Barrandeguy. Difícil, não? Quem teria condições de entrar e tentar alguma coisa diferente entrou, como o garoto Rhuan, que deu o passe para o gol de Kalou. Muito pouco.

Contra o Corinthians, assim como já aconteceu em outras partidas, o Botafogo também pagou pela inexperiência. Apesar de ter feito uma grande partida, Caio Alexandre acabou complicando com um toquinho de calcanhar no fim. Faltou “furar a bola”, como se diz na gíria. Esse será um dos problemas que o clube terá de superar nesse longo Brasileirão e também na Copa do Brasil.

Diante de todas as dificuldades acima citadas, nós temos é que elogiar o trabalho de Autuori. Será que outro treinador teria a paciência e o entendimento dele? Autuori é mais do que um técnico hoje, é um dos gestores do futebol. Tem um know-how amplo. Enchê-lo de críticas agora é totalmente injusto.

Saudações alvinegras!

Fonte: Redação FogãoNET

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