Eis que Honda foi o grande crucificado no Botafogo após a derrota por 1 a 0 para o Flamengo, no último sábado, pelo Campeonato Brasileiro. Como punição ou castigo, o japonês ficou no banco na goleada por 4 a 0 para o São Paulo, nem entrou e treinou em um Morumbi às escuras após o jogo. Mas será que ele é o culpado?
A resposta é não. Honda, ao menos, dá senso de organização e algum controle da bola a um time esfacelado, mal armado, mal treinado, mal preparado fisicamente e mal emocionalmente. Foi com ele que a equipe teve seus (raros) melhores momentos no ano.
Honda não faria muita diferença em São Paulo 4 x 0 Botafogo, não teria condições de reverter uma superioridade tão grande do rival. Acabou que não entrar no jogo o salvou de passar por essa humilhação.
Mas uma reação do Botafogo no campeonato passa pelo meia (ou volante?) japonês. Ele se mostrou incomodado com a derrota para o clássico, descartou sair e prometer lutar para mudar a situação. E aí foi barrado no jogo seguinte. É só ele o problema? E Marcinho acumulando falhas e entregando gols? E Marcelo Benevenuto em péssima fase desde o início do campeonato, assim como Victor Luis? E Bruno Nazário e Pedro Raul caminhando em campo sem entregar produção ofensiva? E Kalou se arrastando?
Abre-se este parágrafo para um comentário que não pode nunca faltar: a culpa principal, é óbvio, é da diretoria. Por mais que se critique os jogadores, os principais responsáveis são os dirigentes, que montaram esse elenco e promoveram uma intensa ciranda de treinadores.
Voltando a Honda, o camisa 4 precisa mostrar mais em campo que no Twitter, ser protagonista, chamar a responsabilidade, liderar, cobrar faltas e pênaltis. Mas no banco de reservas será menos útil ao Botafogo que dentro das quatro linhas.