O Botafogo troca passes, de Marcelo Benevenuto para Kanu, para Victor Luis, para Diego Cavalieri, para Honda, para Caio Alexandre, para Bruno Nazário, para Kevin, para Marcelo Benevenuto… e nada acontece. A verdade é que o Botafogo não tem noção do que fazer com a bola nem ideias ofensivas. O time joga, hoje, o pior futebol do Campeonato Brasileiro. Não à toa perdeu em casa para o Fortaleza, que vinha de sequência de resultados ruins.
Nem mesmo o lanterna Goiás, nenhum time é tão lento e inofensivo quanto o Botafogo. Em que pese ter alguma organização e controle da posse, não acelera, não verticaliza, não arrisca. Faz cruzamentos de qualquer forma, não é perigoso na bola parada. Cozinha o jogo, até o momento que o adversário percebe que se forçar vai fazer o gol. E faz. Às vezes sem forçar tanto.
Os laterais do Botafogo não agridem, os meio-campistas não forçam jogadas nem entram na área, os pontas não têm velocidade para abrir a defesa adversária, o centroavante fica perdido e brigando pela bola, sem chances de finalizar. Ramón Díaz e sua comissão vão precisar mudar esse estilo de jogo, insosso, sonolento e derrotista- nem os empates aparecem mais.
Como acreditar em reação?
Com um diretoria em clima de fim de festa, um Comitê de Futebol que já se desmantelou, sem reforços e sem poder ter torcida no estádio, fica difícil imaginar como o Botafogo pode escapar do rebaixamento para a Série B.
Quem vai ajudar bastante, quando voltar, é Gatito Fernández, que costuma segurar pontos importantes. A incógnita é quando ele volta. Na parte ofensiva, Éber Bessa e Warley parecem pedir passagem, Kalou evoluiu nos últimos jogos. Bruno Nazário vem mal e merece banco de reservas. Honda e Caio Alexandre caíram de produção.
A próxima sequência de jogos será pesada (Atlético-MG, Flamengo, São Paulo e Internacional), mas terá um longo tempo para treinos entre as duas primeiras partidas. Resta torcer para que o período seja bem utilizado por Ramón Díaz e sua comissão técnica e que o Botafogo, com novo presidente após a eleição, possa melhorar também fora de campo. Afinal, o futebol apresentado parece reflexo do que é o clube hoje.