Anunciado como técnico do Botafogo com contrato até o fim da temporada 2025 e apresentado no Estádio Nilton Santos nesta terça-feira (21/11), Tiago Nunes chega ao clube com o currículo mais vitorioso entre todos que foram escolhidos para liderar a SAF alvinegra dentro de campo. Temos que reconhecer isso e acreditar no sucesso do novo trabalho, agora tocado por um profissional mais inserido no contexto do futebol brasileiro. Por que não?
É verdade que os portugueses Luís Castro e Bruno Lage chegaram ao Botafogo com uma outra proposta, com “mentalidade europeia”. Foram nomes escolhidos a dedo por John Textor, acionista majoritário do Glorioso. Castro foi chamado de “sócio e líder do projeto”, assinou contrato para fazer um trabalho de médio a longo prazo, com um olhar mais apurado, desde a base do Porto, para formação de atletas. Lage desembarcou no Rio para tentar dar minimamente continuidade a isso, trazendo consigo a experiência vivida no Benfica.
Mas e em relação a currículo e o tal DNA vencedor que a torcida do Botafogo tanto clama há anos? Apesar de gabaritados e muito bem avaliados, os europeus não carregavam nas costas títulos de expressão, não despertando tanto a animosidade dos alvinegros. Castro faturou a Liga Ucraniana pelo quase sempre favorito Shakhtar Donetsk e a desconhecida Copa do Emir do Catar, pelo Al-Duhail. Já Lage foi campeão português pelo Benfica, um dos “Três Grandes”, e teve uma passagem morna pelo Wolverhampton, na disputadíssima Premier League. Não tiro aqui o mérito da dupla, longe disso, mas é inegável que tais conquistas não enchem os olhos.
Com Tiago Nunes há uma diferença relevante nesse ponto. Primeiro nome indicado pelo departamento de futebol do Botafogo, como informado pelo Blog do Gentile, do FogãoNET, o treinador possui na sua galeria um título nacional e um continental. À frente do Athletico-PR, levantou os troféus da Copa Sul-Americana, em 2018, e da Copa do Brasil, no ano seguinte, em 2019, dois campeonatos que o Fogão ainda não possui na sua rica história.
Também é fato que Nunes, quando experimentado em clubes mais tradicionais do futebol sul-americano, como Corinthians, Grêmio e até mesmo o Sporting Cristal, seu último trabalho, no Peru, não teve tanto êxito. Essa é justamente a pulga atrás da orelha do botafoguense e da imprensa em geral. Chegou a vez de voos ainda maiores? Elenco, recursos financeiros, um clube hoje organizado e apoio das arquibancadas ele terá. Expectativas foram criadas.
