Em meio a tantas críticas à CBF logo após Argentina 4 x 1 Brasil, em que a Seleção ouviu “olé” com menos de dez minutos no Mâs Monumental e mal viu a cor da bola, se dar conta que Ednaldo Rodrigues recebeu apoio do Botafogo para a reeleição à presidência da entidade até 2030, com direito a manifesto formalizado de John Textor e tudo, é complicado, para não dizer triste.
Textor deve ter suas razões, falou em alinhamento ao combate ao racismo e à manipulação de resultados. Beleza, são bandeiras importantíssimas, obviamente, mas tal apoio ainda assim causou um sentimento estranho em muitos botafoguenses, sobretudo depois dos polêmicos acontecimentos no segundo semestre de 2023. Não vamos ser ingênuos aqui. Talvez sobrem motivações políticas nesse suporte a Ednaldo, estar ao lado contrário ao “sistema” possivelmente não seria nada interessante nos próximos anos. E cabe lembrar que reeleição foi por aclamação, unânime, de todos os clubes das Séries A e B e das 27 federações. Dureza…
O que incomoda é saber que assinar a chapa do atual presidente é de alguma forma aprovar também todas as decisões referentes ao comando da Seleção Brasileira nos últimos anos, como a interinidade de Ramon Menezes, a escolha de Fernando Diniz e a patética espera por Carlo Ancelotti. E mais, é chancelar os próximos passos dessa mesma gestão a apenas um ano e dois meses da Copa do Mundo de 2026.
A Seleção vai seguir com Dorival Júnior? Vai trocar o treinador “às vésperas” do Mundial com poucos jogos a serem realizados no calendário? São muitas incertezas. O certo, do “clube que transformou o Brasil no país do futebol”, seria, no mínimo, um posicionamento crítico. A goleada sofrida para a Argentina foi mais uma dura derrota institucional da CBF. Estar ao lado de tudo isso é um mal tão necessário assim?
