Carlos Eduardo Sangenetto
É, Botafogo. Não poderia ser fácil mesmo, né? Estava bom demais para ser verdade.
O que passou na cabeça do Jair para colocar o Botafogo tão ofensivo contra uma um veloz Barcelona de Guayaquil? O Glorioso, que nunca jogou assim nos últimos meses, foi elogiado justamente por ser uma equipe que se fechava, se defendia bem e, de forma traiçoeira, arrumava a vitória.
Foi a necessidade urgente de mudar o esquema porque nada estava dando certo? Não. Vários desfalques desmontaram o time? Não. Houve pressão da imprensa ou torcida? Não. A vitória precisava vir a qualquer custo no Rio para se classificar? Também não! Pô, Jair, que vacilo. Dessa vez você escorregou legal, mas a sorte é que escorregada foi perdoada pela tabela.
Deu tudo errado, tudo.
Terra arrasada no Setor Leste após a derrota para o Barcelona-EQU (Foto: FOGÃONET)
Na partida contra o Sport, na semana passada, apesar da virada espetacular, foi de conhecimento geral que o time não entrou bem em campo. Sassá e Guilherme, opções claras de velocidade no segundo tempo, são as peças que justamente fazem o contrapeso com o cansaço físico na parte final do jogo e deixam o Fogão vivo ainda nas partidas. Não foi assim que decidimos contra Estudiantes e Atlético Nacional? Por que mudar a fórmula que estava dando certo? Foram seis pontos. Isso é Libertadores.
Ah, Jair…
Com o ataque GPS (Guilherme-Pimpão-Sassá) como titulares, quais são as opções para a segunda etapa para mudar a cara do jogo? Sobram 3 substituições para trocar seis por meia dúzia ou em caso de lesões (o que infelizmente é rotina no plantel). E não foi isso que aconteceu contra o Barcelona? Emerson Silva-Marcelo, Airton-Fernandes e Camilo-Roger. Perdemos força desse jeito.
Li muito sobre “soberba”, “salto alto”, “falta de respeito e humildade” na internet depois do apito final. Com a cabeça quente, concordei com tudo isso. Mas pensando bem, acho que não é por aí, galera. Erramos quando era possível, ainda bem.
O GPS da Libertadores aponta o Fogão pertinho das oitavas de final.
Só não inventar contra o Atlético Nacional.
Próximo jogo do Botafogo é contra o Atlético Nacional, dia 18, no Nilton Santos (Foto: Satiro Sodré/SSPress/Botafogo)
Notas rápidas:
– Sassá ou Guilherme, pelo menos um desses precisa ser reserva.
– Jair precisa encaixar Montillo na equipe titular para próxima rodada.
– Marcelo não pode ser reserva nesse time. Se for para improvisar alguém na lateral, melhor que seja ele. O menino, apesar de sempre ser amarelado, é muito bom.
Torcedores brasileiros e equatorianos trocam provocações no Setor Leste (Foto: FOGÃONET)
– Os torcedores do Barcelona de Guayaquil foram tratados “com carinho” nos camarotes do Setor Leste do Nilton Santos. Além de dividirem espaço com o principal reduto alvinegro, o que poderia causar problemas de segurança, a falta de policiamento era nítida para esfriar os ânimos entre as duas torcidas – as provocações eram livres. No Equador, os botafoguenses ficaram espremidos e não tinham liberdade nem sequer para festejar direito. Eu estava lá, que diferença! Cuide do seu torcedor, Botafogo. Ele é seu maior patrimônio.
Saudações alvinegras!