A triste derrocada do Botafogo na reta final do Brasileirão-2023 é incompetência ou algo sobrenatural? Para mim é incompetência, mas respeito quem acredita em algo sobrenatural agindo também. Mas na verdade isso pouco importa no momento. Me preocupa é o efeito traumático que isso causará na saúde mental de vários alvinegros. Talvez irreversível. Tomara que não.
O Botafogo chegou a ter 97,7% de chance de título em outubro, caros leitores. E o raio caiu cinco vezes no mesmo lugar. Foram duas viradas inacreditáveis, para Palmeiras e Grêmio, pelo mesmo placar, e três empates cedidos nos acréscimos do segundo tempo, para Red Bull Bragantino, Santos e Coritiba, tudo isso em novembro.
A temporada recente mais traumática foi aquela de 2007, quando o amargor das derrotas, também com requintes de crueldade, foram espaçados, do início ao fim. Mas me atrevo a dizer que o Campeonato Carioca “roubado” para o Flamengo, os erros da bandeirinha Ana Paula Oliveira na Copa do Brasil, a virada na Copa Sul-Americana para o River Plate e o episódio do doping do Dodô viraram fichinha perto da concentração e da intensidade que foram as dores sentidas vendo o título escorrer pelas mãos em 2023. Se antes o botafoguense ficava superdesconfiado com o clássico “2 a 0 é o placar mais perigoso do futebol”, abrir 3 a 0 de vantagem muitas vezes não será o suficiente. O sossego virá somente quando o estádio apagar as luzes e o FogãoNET estiver atualizado com o resultado.
O Botafogo pode faxinar o elenco completamente, e esperamos que aconteça algo próximo a isso, mas a higiene mental é muito mais delicada, complicada e duradoura. Como esquecer? Apenas muito trabalho sério e um título expressivo para ajudar a curar. Façam terapia, (quem puder, é claro). Afinal, a Libertadores-2024 é logo ali e é necessário estar psicologicamente preparado. Saudações alvinegras.
