Carlos Eduardo Sangenetto
27/07/2017
Rio de Janeiro (RJ)
O futebol está cheio de jogadores que tiveram valor, mas jamais foram reconhecidos. Pior, por causa da passionalidade do torcedor, qualquer regularidade dentro das quatro linhas dá facilmente lugar às falhas nas nossas memórias. E o que dizer quando o jogador em questão é um goleiro? Já aponta o clichê: a posição mais ingrata do futebol.
Aí, além de atuar no meio das traves, você também acaba convivendo com momentos desagradáveis. Que tal defender um clube, que pela primeira vez sentia o desgosto de disputar a Série B e remar jogo a jogo para recolocá-lo no lugar que nunca poderia ter saído? Sofrer com aquele ano de 2007 que tudo deu errado: o primeiro dos três vice-campeonatos para o Flamengo e a dolorosa eliminação para o River Plate em Buenos Aires…
Gol do River Plate que eliminou o Botafogo na Copa Sul-Americana de 2007 (Foto: Reprodução/SporTV)
O personagem vivo nas nossas memórias em todos esses momentos acima é o mesmo. E por muitos anos foi ele quem defendeu a Estrela Solitária (2002-2008), por quase cem jogos. O Botafogo do início deste milênio não foi nada fácil de aturar. Muitos podem ficar apenas com as lembranças ruins, mas aí… Segurar esse piano de uma nota só (daquelas bem soturnas) por tanto tempo deve ter sido dureza.
Ah, pera aí… Há dez anos, também pelas quartas de final da Copa do Brasil, contra o mesmo Atlético-MG, quem é era que estava lá no jogo de ida, no Mineirão, ajudando o Fogão a não tomar gols e se classificar para as semifinais, hein? Semifinal esta que, do banco de reservas, por causa de uma falha grotesca de seu titular no Maracanã, se transformou em mais um trauma.
A vitória fácil ontem foi para você, Max.
Mas não foi fácil ser Max.
Valeu por tudo. Descanse em paz.