A primeira batalha: o que Artur Jorge pode esperar em LDU x Botafogo?

A primeira batalha: o que Artur Jorge pode esperar em LDU x Botafogo?
Vitor Silva/Botafogo

Em início de temporada, a LDU possui apenas 8 jogos, divididos em Recopa (2J), Libertadores (1J) e Campeonato Equatoriano (5J). Analisar os comportamentos em cada competição é importante para evitar se basear muito em contextos contra adversários muito inferiores, o que é visto com frequência no campeonato nacional.

Olhando sob uma ótica de maior competitividade, os duelos contra o Fluminense nos servem uma gama maior de detalhes, mas ao mesmo tempo também não podem ser utilizados como base de toda a análise por serem os jogos de estreia da equipe em 2024. Outro fator de grande importância é a LDU jogando com e sem o benefício da altitude, portanto, é de se esperar uma equipe que tente propor o jogo contra o Botafogo em Quito.

Lembrando até do duelo em 2023 pela Sul-Americana, podemos ter um contexto similar, pois naquela ocasião a equipe equatoriana dominou a posse e finalizou o dobro, mesmo assim o Botafogo teve oportunidades de conectar transições perigosas. Pode ser um caminho.

Falando sobre estrutura tática, a LDU inicia partindo de algumas bases: 4-1-4-1, 4-2-3-1 ou 4-4-2. De acordo com a escalação provável, teremos Piovi e Espinoza fazendo uma espécie de “duplo-pivô” na frente da defesa, responsáveis por iniciar a construção do jogo, com Piovi ganhando maior altura no campo e pisando mais no campo ofensivo.

Fazendo o balanço ofensivo, Alzugaray entra como uma espécie de falso ponta, saindo da direita para o meio e abrindo o corredor para o lateral direito Quintero buscar atacar a linha de fundo. No lado oposto, Quiñónez (lateral-esquerdo), ocupa menos a linha de fundo para não sobrepor ao provável ponta esquerdo Jhojan Julio, que gosta de variar entre jogadas pelo fundo ou pelo meio.

Mais que as estruturas, o comportamento e o bom físico da LDU em Quito vão causar desconforto ao Botafogo. O caminho que o novo Mister pode adotar é aproveitar a ausência de Eduardo e fortalecer o meio-campo, que na minha visão seria ideal com Danilo Barbosa – Marlon Freitas – Gregore. Desta forma, Marlon ficaria responsável por conectar as transições e seria mais bem protegido por dois volantes de características defensivas. Desta maneira, também teríamos mais possibilidades de dobras ou trincas nas laterais para auxiliar Mateo Ponte e Hugo em disputas individuais.

Enquanto a bola aérea da LDU é um dos grandes pontos de atenção para a nossa defesa no Equador, também é uma das questões a serem aproveitadas pelo ataque do Botafogo. Por isso gerar caminhos que possam espetar Hugo pelo lado esquerdo pode ser de imensa importância, valorizando seu potencial ofensivo, e gerar dinâmicas de 1×1 com Júnior Santos (que resolve muitos problemas no embate físico). No Braga de Artur Jorge, criar pelos lados definitivamente não era um problema.

O nome do momento na equipe equatoriana chama-se Alex Arce. Responsável por 9 dos 15 gols da LDU na temporada, o centroavante gera muita dificuldade pelo pivô e jogo aéreo refinado. Importante que Alexander Barboza assuma a responsabilidade mais uma vez de incomodar o centroavante sempre que possível.

O contexto contra o Junior Barranquilla não se repetirá no que diz respeito à dinâmica do jogo, contra-ataque não pode de forma alguma ser um problema para o Botafogo no próximo duelo, mas sim uma forma de se beneficiar do ímpeto do adversário. O bom uso e rendimento dos pontas será fundamental para garantir um placar positivo.

Concluindo a análise, é de se esperar que o Glorioso jogue a Libertadores como deve ser jogada, principalmente quando o tema é CONTROLAR O RITMO, coisa que não soubemos na partida de estreia na competição.

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