Igor Jesus: quais características o novo centroavante traz ao Botafogo?

Igor Jesus: quais características o novo centroavante traz ao Botafogo?
Vítor Silva/Botafogo

Cria do Coritiba, Igor Jesus é um centroavante caracterizado pela mobilidade em campo, acostumado a atuar em dupla com outro atacante e inclusive já foi utilizado como ponta antes de alcançar o futebol árabe. Muito se fala sobre vir para tentar roubar a vaga de Tiquinho Soares no Botafogo, mas será esta a única possibilidade?

Posicionamento

Privilegiado fisicamente, Igor pode ocupar espaços diferentes pelo campo de ataque e gerar boas dinâmicas, mas costuma ocupar mais o centro e cair pelo lado esquerdo, muito por ser destro e cortar para dentro na hora de finalizar de média ou curta distância. Por outro lado, quando atuou como ponta no Coritiba, foi utilizado pela direita.

Acostumado ao sistema 4-4-2 com 2 atacantes na frente – comumente utilizado no Shabab Al-Ahli -, pode já encontrar pontos em comum com o esquema de Artur Jorge. Na equipe emiradense em 2024, viveu seus melhores momentos atuando ao lado de outro centroavante: Munas Dabbur, muito conhecido pelo seu estilo de sair da área e armar o jogo (te lembra alguém no Botafogo?).

Desta forma, Igor ampliou capacidades de variar os espaços que atacava no campo e alternar entre buscar o jogo no entrelinhas, fora da área, ou fixar mais próximo dos zagueiros para ser acionado como referência.

Pensando no Botafogo, existe sim uma grande possibilidade de vermos Tiquinho Soares e Igor Jesus juntos. Justamente pelo fato de que um pode ocupar o espaço do outro e ambos serem acostumados a jogarem ao lado de outro centroavante: no caso de Igor, Dabbur, e no caso de Tiquinho, Marega. Obviamente depende de contextos, como o estilo de jogo do adversário, mas não necessariamente disputarão o mesmo espaço a todo momento dentro do esquema atual de Artur Jorge, principalmente pelo treinador ter finalizado sua passagem no Braga utilizando Simon Banza e Abel Ruiz juntos: dois centroavantes.

Aspectos técnicos

Como já dito, o camisa 99 tem um físico que o permite tanto fazer pivôs em passes rasteiros, quanto fazer movimentos de ruptura da última linha adversária em velocidade. Tem uma boa técnica que o permite sair de espaços curtos e trocar passes sem muitos problemas.

Tem uma maneira similar a de Tiquinho quando a equipe precisa cobrar laterais, gosta de se aproximar, pedir a bola e tentar oxigenar a construção, tirando a bola da zona pressionada pelo adversário.

Teve uma excelente taxa de 25% de conversão das finalizações na liga, ou seja, em média 1 a cada 4 chutes resultavam em gol. Se você não sabe a idade dele, dificilmente que diria que tem apenas 23 anos ao vê-lo jogar, bem frio no 1×1 em velocidade.

Jogo aéreo: mais um para deixar a bola parada ofensiva do Botafogo mais agressiva ainda. Ataca a bola de maneira intensa, tem bom “timing” para trocar de direção e direciona bem quando não tem muito ângulo. Apesar de não ser tão alto (1,80m), sua impulsão o permite gerar MUITA dificuldade para ser combatido na finalização de cabeça.

Conclusão

É um centroavante que fazia hora extra no mundo árabe. Tem condições de se destacar muito no Brasil e se desenvolveu acumulando gols em um campeonato de nível mais baixo. Seu grande teste vem agora, mas, aos 23 anos, creio que o Botafogo o contratou no momento perfeito: com ritmo, mais maturado como atleta e confiante após ser o goleador de sua equipe.

Mais uma daquelas contratações do clube em que vemos um método muito bem definido. Seja bem vindo, Escolhido!

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