Ainda em busca de sua melhor versão, António Oliveira tem consolidado um time titular mais consistente no Corinthians e que conseguiu introduzir o diferenciado Igor Coronado na dinâmica. Com a lesão de Fagner, enfrentaremos muito provavelmente o time abaixo:

Uma grande preocupação do Botafogo para este jogo será o aumento do nível técnico do adversário de maneira considerável. O Corinthians conta com três jogadores com grande potencial de desequilibrar um jogo: Wesley, Garro e Coronado, e a tática do treinador português passa por buscar os melhores setores possíveis para estes.
1) Wesley, maior driblador do campeonato, o jovem ponta varia entre buscar a linha de fundo ou cortar para dentro. Mesmo jogando com o pé invertido, sabe muito bem como enganar o adversário e alternar o tipo de jogada. Um grande desafio para Damián Suárez.
2) Rodrigo Garro é o camisa 10 e protagonista na organização ofensiva da equipe paulista, tem liberdade para apoiar os dois flancos e circula a posse com muita qualidade. Além disso, contribui muito nas bolas paradas que é um dos pontos fortes do time, e auxilia no combate.
3) Igor Coronado, ainda com poucos minutos em 2024, foi testado mais centralizado no campo onde Breno Bidon atua e fazendo dupla com Garro, mas gerou muita fragilidade defensiva e desproteção na entrada da área. Atuando pelo lado, foi potencializado, tem qualidade no drible curto e um passe em profundidade bem refinado.
Ofensivamente, o Corinthians se posiciona da forma abaixo. De uma maneira que podemos chamar de assimétrica, vemos Wesley ocupar muito bem o corredor lateral esquerdo no campo de ataque. Isso faz com que Hugo não tenha tanta necessidade de buscar a linha de fundo, aparecendo mais vezes fazendo ultrapassagens por dentro (atenção para o espaço entre o nosso lateral direito e zagueiro pela direita).
A maneira que António Oliveira introduziu Coronado e que deu certo foi como meia aberto, ocupando a vaga de Ángel Romero e liberando o corredor lateral para Fagner/Matheuzinho, conseguindo também se aproximar de Garro e em alguns momentos trocar de posição. Yuri Alberto é a referência da equipe no que diz respeito a atacar o espaço nas costas da zaga em passes em profundidade ou aproveitar no jogo aéreo os muitos cruzamentos que costumam fazer.

Defensivamente, podemos ver as seguintes variações abaixo. Como foi dito, Coronado por dentro junto a Garro deixa a equipe fragilizada defensivamente, desta forma Breno Bidon funciona como um coringa, auxiliando o camisa 10 argentino mais a frente em um 4-1-4-1 ou baixando para combater ao lado de Raniele. Pelo lado do Botafogo, o lado direito defensivo com a provável presença de Matheuzinho pode ser a chave para conseguir criar suas oportunidades, além disso, a transição em velocidade costuma gerar problemas para o clube paulista.


A bola parada ofensiva é também um ponto de destaque e que facilita o trabalho de António Oliveira, mas principalmente as faltas indiretas batidas na área. É o time que mais acumula gols esperados (xG) nesse quesito, fortalecendo um time que mais finaliza na Série A, mas que esbarra muito na pontaria ruim e dificuldade de conclusão em gol.
Na imagem abaixo, vemos em ranking as equipes que mais criaram xG nesse tipo de situação.

Por outro lado, o contra-ataque tem sido uma arma muito perigosa contra o Corinthians. É a equipe que mais concede finalizações por 90 minutos nesse contexto entre todas do Campeonato Brasileiro. Informação extremamente importante para o Botafogo, que pode aproveitar a qualidade técnica de Óscar Romero, físico imponente de Júnior Santos e boa conclusão de Savarino, que ao que tudo indica deve retornar.

Enquanto o Corinthians ainda não sofreu gols dentro de casa na Série A, o Botafogo marcou em todos os jogos como visitante. Um duelo muito bom nos espera e mais uma vez: a disputa física será ESSENCIAL para o Botafogo evitar domínio adversário.