Uma informação dada em off (como se fala no jornalismo) prejudicou um monte de gente. Será que precisava ser assim? Certamente não. O atraso do pagamento de premiações do Botafogo movimentou o noticiário e ganhou uma proporção enorme, muito maior do que devia, por todo o contexto.
Ficou ruim para o Botafogo, que deveria ter pago premiações e pendências antes, ainda que possa argumentar que ainda está em tempo considerado OK no futebol. O clube é que sofre com noticiário ruim e agenda negativa, em momento de formação de elenco e de contratação de jogadores.
Ficou ruim para jogadores que saíram. Afinal, uma das narrativas é que eles estariam influenciando nas reclamações. Além disso, o clube diz que eles pediram 25% de aumento na premiação. Sem saber os nomes, vários podem se queimar nessa história.
Ficou ruim para jogadores que ficaram. Afinal, há uma apuração da imprensa de ameaça de não se reapresentarem no dia 14 de janeiro se não houver pagamento das premiações até a véspera.
Ficou ruim até para a jornalista que deu a notícia, Joanna de Assis, que tem discutido com torcedores na internet. E para outros jornalistas que têm que apurar tema tão delicado, com dois lados e versões divergentes.
Ao que parece, ficou bom só para quem vazou a informação em off. Se foram os próprios jogadores, é meio que tiro no pé, porque a história respingou neles. Só quem sai intacto nessa são agentes de atletas, porque a confusão pode acelerar o processo para receberem do clube e porque são os únicos que seguem “invisíveis”.