Lembra que o Flamengo esperneou e pediu fair play financeiro após levar goleada de 4 a 1 do Botafogo? Os motivos ficam cada vez mais claros. Dias após o massacre, o clube rubro-negro fez a contratação mais cara de sua história, Carlos Alcaraz, por 18 milhões de euros (cerca de R$ 110 milhões na época). Seis meses depois, o argentino já saiu.
Alcaraz foi emprestado ao Everton com obrigação de compra por metas. O Flamengo o contratou como uma espécie de resposta aos altos investimentos do Botafogo (como Thiago Almada) para o segundo semestre. Mas o jogador não se firmou e sequer foi utilizado na partida da eliminação na Libertadores, contra o Peñarol.
O Botafogo comprou Luiz Henrique por valor parecido, cerca de 20 milhões de euros (na época R$ 106 milhões). Só que o Pantera foi campeão e craque da Libertadores e do Brasileirão, sendo vendido bem mais caro. Um ótimo negócio.
Por que o Flamengo quer fair play financeiro? Para ser, como foi em muitos anos anteriores, o único a poder pagar caro por jogadores, a errar e a não ter concorrência. Quando o poder de investimento fica parecido, o que conta é a competência. É o que o Flamengo tentou evitar.
Por compras como Alcaraz, o Flamengo ficou sem verba para investir no início do ano, tem dificuldades com novo estádio e teve que “renegociar prazos para pagamentos a empresários”. Mas você não vai ver críticas da imprensa, falas de fair play financeiro ou de satélite. Afinal, para a mídia, o problema está sempre em quem atrapalha os planos rubro-negros…