Com ‘situação financeira mais preocupante do Brasil’, Botafogo está na rota da insolvência, diz estudo

Com ‘situação financeira mais preocupante do Brasil’, Botafogo está na rota da insolvência, diz estudo
Vitor Silva/Botafogo

Botafogo tem a situação mais preocupante entre os grandes clubes do Brasil, segundo o estudo anual do Itaú BBA sobre os balanços dos 27 principais clubes do país em 2018, enquanto Fluminense e Vasco não apresentam aumento de receitas e diminuição de dívidas em ritmo satisfatório.

A análise do Botafogo é para deixar qualquer alvinegro preocupado. O estudo afirma que o clube “caminha para uma situação de completa insolvência”, mesmo tendo reduzido custos num nível que acompanhou a queda nas receitas. O problema é a dívida colossal.

Caíram 16% das receitas totais e 21% das receitas recorrentes — aquelas que excluem os valores conseguidos com vendas de jogadores. Na prática, é um retorno ao patamar de receita de 2016, o que parece realista: indica que o Botafogo inflou sua receita temporariamente em 2017 ao avançar até as quartas da Libertadores.

O peso da dívida é o problema central. Com capacidade de geração de caixa próxima de R$ 25 milhões, é quase impossível enfrentar uma dívida de R$ 672 milhões: seu custo consome quase toda a capacidade de renda do clube.

Segundo maior devedor

Já a situação financeira do Fluminense foi classificada pelo estudo como uma “piscina de plástico cheio de furos”. A análise do Itaú BBA indica que os problemas do tricolor só serão contornados quando todos esses “furos” forem fechados.

O maior problema nas Laranjeiras tem sido não conseguir ampliar suas receitas. O crescimento de 19% em 2018 foi impulsionado pela venda de atletas, o que revela dependência de uma fonte de recursos volátil e difícil de controlar. Tanto que, consideradas as demais receitas — as recorrentes — houve queda de 8%. Refletida em campo com as campanhas fracas e a instabilidade política, a dificuldade em mobilizar a torcida se evidencia: as receitas com bilheteria e programa de sócio-torcedor caíram 23%.

A dívida total de R$ 420 milhões é outro foco de pressão, já que está desequilibrada em relação à capacidade de geração de caixa. Além disso, há R$ 230 milhões em provisões para contingências que podem virar dívida — somando os valores, o Fluminense se tornaria o segundo maior devedor.

Progresso vascaíno

O clube também fez bom trabalho de redução de custos, em especial com pessoal, o que inclui o futebol, chegando a 12%. Mas houve crescimento de 9% nos custos em outras áreas, o que aponta espaço para cortes.

Assim como o Fluminense, o Vasco sofre com as dificuldades em fazer as receitas crescerem consistente e rapidamente. Não tem sido fácil reduzir custos e, com isso, não sobra dinheiro para investimento. No entanto, o clube tem buscado uma saída tanto ao conter custos quanto ao ampliar a entrada de dinheiro, mesmo que de forma tímida.

O clube arrecadou R$ 86 milhões com a venda de atletas e somou R$ 243 milhões totais em 2018. Está em nono lugar no Brasil, atrás inclusive do Fluminense. O maior problema foi ter aumentado custos na mesma proporção em que ampliou as receitas.

Se considerarmos as receitas recorrentes, esse montante cai para R$ 157 milhões, e o clube passa a ser o 11º do Brasil em arrecadação, ficando ainda mais aquém de suas possibilidades, considerando o tamanho de sua torcida.

Já as dívidas apresentaram redução em 2018 — caíram de R$ 533 para 496 milhões, mas ainda são muito altas e não permitem que o clube respire. Por outro lado, os impostos cresceram devido aos novos parcelamentos. A situação é bastante difícil, mas o estudo entende que o Vasco deu o primeiro passo.

Fonte: O Globo Online

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