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Montenegro afirma que técnicos são ‘interinos’, elogia Zé Ricardo e diz que Botafogo está sendo ‘roubado’ e não tem como se reforçar

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Por FogãoNET

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Presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro fala sobre contratação do técnico Zé Ricardo pelo Botafogo (Foto: Reprodução/Rádio Botafogo)

O ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro conversou com a reportagem da Rádio Globo/CBN. Apoiador do atual mandatário, Nelson Mufarrej, o dirigente campeão brasileiro de 1995, foi categórico ao afirmar que o clube está sendo ‘roubado’ no Campeonato Brasileiro com as atuações das arbitragens, classificou o elenco como ‘mediano’, porém ‘digno’ para o atual momento alvinegro no mercado, preferiu não iludir o torcedor quanto a título, mas acredita ser possível beliscar uma vaga no G-6. Inicialmente no bate-papo de cerca de 20 minutos, eximiu de culpa a atual administração pela “dança das cadeiras” no comando técnico do time.

“Não tem nada errado. O que tem errado é que há muito tempo estamos nos arrastando com falta de recursos. Os credores são implacáveis. Temos que fazer o orçamento do nosso tamanho. Futebol está muito caro. Considero os salários absurdos. Quando não se tem dinheiro, é necessário tentar alternativas. O Felipe Conceição foi uma tentativa, que infelizmente não deu certo. O Alberto Valentim também foi outra tentativa. Estava começando um bom trabalho. É bom lembrar que o Botafogo é o único carioca que conseguiu alguma coisa até aqui. Mas, fomos surpreendidos com a proposta dez vezes maior para o Valentim. Dentro da penúria, pensamos em um técnico barato e tentamos o Marcos Paquetá. Muita gente fala em cinco jogos, mas digo que ele teve 25 dias de pré-temporada e cinco jogos. Ele teve um bom período para formar um time e não conseguiu. Nas cinco partidas, não foi bem, trocando a cada jogo vários jogadores. Quando ganhamos, ele não foi bem. Na minha opinião, tinha que sair. Fizemos um esforço para contratar o Ricardo, que era um sonho de consumo desde a saída do Jair Ventura. Estamos com muita esperança. Estamos sendo muito roubados. Todo mundo está reconhecendo. O ofício está indo hoje, mas a CBF reconheceu ontem que o Botafogo foi lesado. Todos estão abismados com o que fazem com o clube. É uma coisa impressionante. Temos condição de brigar pelo G-6. Se o Zé Ricardo arrumar o time, ter o apoio dos jogadores… Nunca faltou raça e brilho a essa equipe ”, afirmou.

Carlos Augusto Montenegro não acredita que o técnico Zé Ricardo poderá deixar o clube antes do fim do contrato, válido apenas até o final do Campeonato Carioca de 2019, mas sabe que a política dos resultados dita o ritmo no Brasil.

“Esquece contrato. Todos os técnicos são interinos. O Zé Ricardo pode ficar quatro, dois anos ou até o final do ano. Acho que deve ficar por muitos anos, mas se tiver uma boa proposta tem que ir embora mesmo. O que me preocupa é ele fazer um bom trabalho, acertar o time, ter uma escalação e fazer as substituições corretas”, disse para depois voltar ao tema arbitragem.

“Os dois pontos não voltam. Depois há time punido, perda de mando de campo, mas o juiz que faz essa lambança e o bandeirinha não são punidos. Está na hora do VAR? Profissionalizar os árbitros? Não sei. Mas algo tem que ser feito. Não me venham com discurso que todos são prejudicados. Quando a coisa começa a ser sistemática em um campeonato tão equilibrado, é algo que machuca e pode ter um prejuízo muito sério lá na frente. É dinheiro que você não ganha para disputar uma Sul-Americana, Libertadores ou colocação final pela CBF. É roubo mesmo. Estão mexendo no dinheiro do Botafogo.”

O ex-presidente alvinegro também reconheceu as limitações do elenco e preferiu não dar esperanças ao torcedor quanto a competição sul-americana.

“O elenco é esse. Esse ano não poderemos contratar. Estamos numa situação difícil. Temos que pagar nossas contas até o final da temporada. Em 2019, teremos um novo planejamento, mais robusto e significativo. Estamos contentes com o título carioca. Talvez sejamos o único carioca a ganhar alguma coisa. Temos que brigar pelo G-6 ou melhor colocação possível. Essa é a meta para esse ano. Não acredito que façamos mais do que isso. É um elenco digno, mediano, que não deve nada a 12 ou 15 clubes do Brasileiro. Não devemos nada a Vasco e Fluminense. Não adianta iludir porque não dá”, avisou o ex-dirigente.

Carlos Augusto Montenegro, que havia dito que o ‘Botafogo vivia um caos’ em 2014, em entrevista ao ‘Jornal O Globo’, garantiu que aos poucos, o clube vai retirando a corda do pescoço e sanando as dívidas.

“São três anos e meio com o Ato Trabalhista em dia. Esse ano, começou a ratear, mas a diretoria está correndo atrás. Vamos ser um pouco mais ousados no ano que vem. Minha função no Botafogo é ajudar. O presidente que me pedir ajuda, estou aqui. Sei da dificuldade. Quando não precisarem de ajuda, voltarei a ser apenas torcedor. Vamos tentar um salto maior ano que vem.”

Entusiasta de Rodrigo Aguirre, o ex-presidente acredita que o uruguaio ainda vai apresentar o futebol que o fez encher os olhos do torcedor alvinegro.

“O Aguirre é um jogador muito forte. Tinha esperança dele substituir o Loco Abreu em nível de idolatria. É alto, forte, canhoto, uruguaio… Mas ele veio de uma contusão séria. Depois, precisou se adaptar ao clima, lugar, família, comida. Por fim, ele está muito nervoso querendo mostrar serviço. Está arisco com jogadas desnecessárias. O Zé Ricardo é um grande administrador dentro e fora de campo, e tenho certeza que conseguirá ajudar o Aguirre.”

Carlos Augusto Montenegro elucidou a saída de Marcos Paquetá afirmando que os jogadores não assimilaram a filosofia do treinador, que ficou 14 anos trabalhando no Oriente Médio.

“Acho que foi isso. Uma das razões. Uma excelente pessoa, grande profissional, seríssimo, mas não houve química. Não houve interação entre ele e os jogadores.”

Por fim, o ex-presidente, que ajudou a aproximar a diretoria da Caixa Econômica Federal, garantiu que o ‘naming rights’ ainda é um projeto que sairá do papel, mas não na assinatura do novo acordo com a estatal nos próximos dias.

“Vai sair do papel, mas não em curto prazo. Estamos trabalhando, plantando, semeando, mas tudo complica. É um ano eleitoral. As pessoas estão trabalhando pouco. Vamos ouvir muito em eleição até outubro. Estamos trabalhando para ter isso no ano que vem.”

Antes da representação do botafogo junto a CBF contra o quinteto de arbitragem que anulou o gol legitimo contra o Santos, no último sábado, marcado por Renatinho, a Comissão de Arbitragem julgou Paulo Roberto Alves Júnior, e o assistente, Pedro Martinelli, e decidiu coloca-los na ‘geladeira’. Ambos terão que passar por um curso de atualização para reforçar os conceitos da regra e ficarão fora da escala até a conclusão desse trâmite.

Fonte: Rádio Globo

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