Mensagem do presidente do Botafogo de Futebol e Regatas Carlos Eduardo Pereira ao colunista Arnaldo Branco frente a coluna do jornal O Globo de 06/03/2017
http://m.oglobo.globo.com/esportes/clima-21022030
Sr Arnaldo,
Sua coluna, que confesso nunca havia lido, desta vez chamou a atenção de algumas pessoas que, indignadas com sua postura, menos jornalística e mais clubística, me pediram que lhe respondesse.
Tenho como característica a moderação. No linguajar e no comportamento, o que não torna minha personalidade passiva na defesa dos interesses do Botafogo, muito ao contrário disso.
Ao longo de minha vida no futebol assisti muitos tapetões e viradas de mesa. Sempre repudiei tais práticas. Daí porque insistimos no respeito ao Regulamento que previa o Maracanã como palco da partida final da Taça Guanabara.
Vejo que o Sr é daqueles que só prega o cumprimento das regras que lhe convém. Sou diferente.
Mas que o Sr não goste de minhas decisões, vá lá. Pouca ou nenhuma diferença me faz, mas que entre na onda da picuinha midiática de negar o verdadeiro nome do Estádio – NILTON SANTOS, só demonstra seu pouco, ou nenhum, conhecimento de futebol e seu pouco, ou nenhum, respeito aos ídolos brasileiros e mundiais.
Nilton Santos já foi eleito, mais de uma vez, o maior lateral esquerdo de todos os tempos. Negar-lhe a homenagem que o Botafogo lhe fez, não é um desprestígio à minha pessoa, mas a um ídolo do Brasil.
Talvez seu humor esteja mais exacerbado com a derrota do Flamengo no último domingo, motivo de sua revolta e de seu afastamento da teórica imparcialidade jornalística que deveria prevalecer nos seus textos.
Opiniões e críticas são sempre bem vindas, ainda que contrárias, mas distorções e desrespeito devem ser repudiados. E é isso que faço agora.
E por falar em “negociação sancionada pela justiça”, referindo-se à compra “de um jogador contra a minha vontade”, vale lembrar que existia um contrato e que a vontade ali manifestada não foi minha, mas do Botafogo e do jogador que na oportunidade se valeu da vitrine que o Clube lhe proporcionou. Naquele instrumento havia uma multa a ser paga, caso a renovação não se concretizasse.
Sou um homem de compromissos. Se assino, cumpro-os. A recíproca nem sempre é verdadeira, mas há quem bata palmas para esses “descompromissados”, como o Sr está fazendo agora.
A ética da conveniência que vc prega, protegida sob o manto de um entendimento judicial pontual deixa ainda mais claro seus conceitos, princípios e convicções, com os quais não tenho afinididade. Ainda assim, nenhum outro sentimento lhe nutro.
Por fim, fico aliviado que o Sr tenha controlado sua raiva e não tenha agredido mais um torcedor Botafoguense “arrastando sua cara no asfalto”, se bem que pela lentidão das investigações do assassinato do último dia 12/02, talvez caísse igualmente no esquecimento.
Saudações Alvinegras,
Carlos Eduardo Pereira