Abel Braga tem toda razão de reclamar da disputa do clássico entre Botafogo e Fluminense na mesma noite no jogo da seleção.
Mas faltou sensibilidade dos clubes para a promoção da partida.
Talvez, até, levando-a para o Estádio de Cariacica, no Espírito Santos, onde o número de botafoguenses e de tricolores é considerável.
Disputa-la no Engenhão, à sombra das atenções roubadas por um símbolo nacional, foi tremenda bola fora dos comandos envolvidos na organização.
E uma pena que um jogo tão intenso, com alternâncias táticas dos times, tenha sido presenciado por apenas 6.225 pagantes.
O Botafogo fez 2 a 0 em 25 minutos, com dois gols de Roger, mas o Fluminense virou na fase final, instigado no intervalo pelo “chicote verbal” de Abel Braga.
Este jogou espelhou com nitidez a dificuldade que o time alvinegro encontra para entrar de corpo e alma na competição.
Tenho percebido isso não é de agora, e não importa se os que vão a campo são titulares ou reservas.
Os alvinegros parecem encarar as partidas do Estadual com grande fastio e a vantagem nestes primeiros 45 minutos vendeu a impressão do jogo resolvido.
A saída do zagueiro argentino Joel Carli, machucado, abriu uma fenda no sistema defensivo e por ali os tricolores encainharam a virada.
Não que Renan Fonseca, o substituto, tenha sido o responsável direto pela entrega da rapadura.
Mas o mínimo que se pode dizer é que a reposição não foi à altura…
A meninada tricolor, tantas vezes enaltecida neste espaço, impôs novo ritmo e o trio Richarlison, Pedro e Wellington Silva “passou o carro”.
E como é bonito ver um time atacar com três jogadores rápidos, verticais e objetivos…
O Botafogo de Camilo, Montillo e Pimpão não se entregou facilmente e, pelo todo, talvez até merecesse um empate.
Faltou, porém, o espírito de competição que o time de Jair Ventura emprega na Libertadores.
Principalmente diante deste Fluminense que Abel Braga constrói com sabedoria e paixão…