Entendemos o cansaço e a maratona que o Botafogo vem enfrentando em três competições – ainda mais levando-se em consideração um elenco limitadíssimo numerica e qualitativamente. Ainda assim, é difícil ver esses jogos onde o time basicamente joga pra se defender, abrindo mão do campo de ataque e praticamente jogando fora a chance de vencer um time mediano como o adversário de hoje.
O Glorioso foi à Arena da Baixada, local historicamente complicado como visitante. No entanto, convenhamos, o time do Atlético-PR não tem a mesma qualidade de outrora e oferece, sim, a possibilidade de buscarmos a vitória. A chance era ideal dentro do nosso estilo de jogo: ceder a posse de bola, atrair o oponente pro nosso campo de defesa e, no contra-ataque, resolver a batalha. Só que não tivemos bom desempenho no campo de ataque – na prática, quase o ignoramos.
Esse é o risco do nosso tão bem sucedido esquema tático: caso não haja equilíbrio em todas as fases do jogo, corremos o risco do famoso “jogo feio”, sem ameaçar o adversário, apenas nos defendendo e esperando o tempo passar. Na reta final, com o jogo já em aberto e o Atlético partindo pro desespero, é que o Glorioso se arriscou mais no campo de ataque e quase beliscou os três pontos. Que fique a lição; um pouco de ousadia sempre compensa.
Na próxima rodada, enfrentaremos outro Atlético – dessa vez, o Goianiense. Novamente atuando fora de casa, Jair terá ao menos quatro desfalques: Joel Carli, Rodrigo Pimpão e Igor Rabello levaram o terceiro cartão amarelo, enquanto Emerson Santos foi expulso. Mesmo com essas ausências a vitória deve ser o objetivo, já que o adversário encontra-se na última colocação com apenas 8 pontos ganhos.
Notas
Jéfferson: 6
Só foi exigido em cabeçada de Pablo, ainda no 1º tempo. Na 2ª etapa, espalmou mal uma finalização de Nikão, mas foi salvo por Victor Luis.
Emerson Santos: 2
Deu espaços na defesa e foi completamente inoperante no ataque. Escorregou sozinho e quase deu um gol pro Atlético. Pra completar, foi expulso em dois amarelos bestas. Se não está mais com a cabeça no Botafogo, não deveria entrar em campo.
Joel Carli: 7
Fechou bem os espaços e anulou as bolas aéreas do adversário.
Igor Rabello: 7,5
O melhor em campo. Cortou todas, por baixo e por cima. Sua média vem sendo muito alta.
Victor Luis: 6,5
Limitou-se a marcar, fechando bem a linha de fundo. Salvou o empate em bola mal espalmada por Jéfferson.
Rodrigo Lindoso: 6
Também fechou bem os espaços, mas não conseguiu dar sequência às jogadas na saída de bola – até pelo fato de o time pouco ter ocupado o setor ofensivo.
Matheus Fernandes: 5,5
Bem na marcação. No ataque, desperdiçou duas boas oportunidades com finalizações ruins.
Bruno Silva: 6
Fechou bem a segunda linha, evitou avanços do CAP, mas foi muito pouco efetivo nos contra-ataques.
Rodrigo Pimpão: 6,5
Um pouco melhor em relação aos últimos jogos. Ainda assim, voltou a mostrar desgaste pela sequência de jogos. Sua suspensão será boa pelo descanso.
João Paulo: 6
Teoricamente o meia do time, também limitou-se a marcar na maior parte do tempo. Com o time retraído, seus avanços não acontecem.
Roger: 6,5
Isolado no ataque, brigou sozinho contra todo o sistema defensivo do Atlético-PR na maior parte do tempo. Levou perigo em dois lances no 1º tempo, mas muito pouco.
Guilherme: 7
Com muita vontade, conseguiu tirar o time do campo de defesa. Puxou alguns contra-ataques e quase fez um gol em jogada individual.
Marcelo: sem nota
Entrou pra fechar a lateral após a expulsão e ficou pouco tempo em campo.
Gilson: sem nota
Rendeu Pimpão, exausto, mas praticamente não encostou na bola.
Jair Ventura: 6
O time se fechou bem, mas sua proposta foi muito defensiva, deixando de explorar um adversário frágil defensivamente. Ao entrar com Emerson ao invés de Luis Ricardo, já mostrava abdicar dos 3 pontos. Contra o Atlético-GO, precisa ser mais ousado.