Em um momento complicado, o Botafogo decidiu contratar o técnico argentino Ramon Diaz para ser seu novo treinador. Mas só isso pode ajudar o Alvinegro a resolver seus problemas? Em uma temporada tão complicada e com problemas financeiros, talvez não seria contratar um comandante mais acostumado com a situação? Confira a análise de Alexandre Praetzel.
– Eu adoro o Botafogo, histórico, espetacular, mas caiu para o Cuiabá chutando uma bola para o gol, está situação financeira dramática, falido segundo o Carlos Augusto Montenegro, só com o Campeonato Brasileiro para disputar e ameaçado de rebaixamento. Tinha Bruno Lazaroni, jogou muito mal, mas por que não manteve até o segundo jogo? Pelo menos treinava o time e os jogadores sabiam o que queriam. Flávio Tênius foi para o jogo de maneira muito complicada. O Botafogo infelizmente hoje são 18 camisetas e uma história.
– Em janeiro eu disse que o time B ou C era horroroso, e era mesmo. Se reforçou com jogadores interessantes, mas não consegue engrenar porque a situação estrutural do clube chega ao vestiário. Agora estão pensando em técnico estrangeiro. César Farías não conseguiu liberação da Bolívia, a bola da vez virou o Ramón Díaz. Tem currículo vitorioso, foi jogadoraço da geração do Maradona, espetacular. Como técnico foi muito bem no River em uma época, depois rodou o mundo. Tem muita experiência, chegaria para acrescentar. Mas o que adianta trazer técnico estrangeiro se não consegue pagar salários? Agora até consegue por causa de acordo com sindicato.
– Trazer técnico estrangeiro é bom, mas no meio do furação será que dará conta de recado? Não sei se dará resultado, de repente era melhor técnico brasileiro que saiba o sistema, sem tempo para treinar e muita disputa. Só tem o Brasileiro, mas vai lutar para não cair, deveria trazer técnico que conheça mais o clube e o futebol brasileiro. Treinador estrangeiro só depois que a temporada terminar. Ramón Díaz é bom nome? Claro que é, mas não é o momento, o momento é de salvar o Botafogo, resolver problemas financeiros, parar com discurso derrotista e falido e tentar reerguer o clube – completou.
