Se o cansaço foi um dos motivos da virada que o Botafogo levou para o São Paulo, no último sábado (foram três gols em oito minutos no final da partida), números podem justificar a teoria. No mês de julho, o Alvinegro disputou nove partidas, o recorde do ano. Os jogos aconteceram entre o dia 2 e o dia 29: em um intervalo de 28 dias. Um jogo a cada 3,11 dias. Ou seja, o time de Jair Ventura entrou em campo, em média, uma vez a cada 75 horas.
O desempenho não foi ruim: quatro vitórias, três empates e duas derrotas, classificação para a semifinal da Copa do Brasil, vantagem no primeiro confronto das oitavas da Libertadores, além de 12 gols marcados, contra oito contra. O sinal amarelo do cansaço surge, porém, quando se observa que três dos oito gols sofridos tenham acontecido nos últimos dez minutos do último jogo do mês.
Disputando três competições, o calendário é inimigo do Botafogo no passado, no presente e no futuro. Olhando para trás, já são 46 partidas na temporada, em frequência crescente a cada mês. Em maio, sete partidas; em junho, oito; e em julho, o recorde em um mês do ano, com nove jogos.
Em agosto, um recuo pela primeira vez na temporada, mas nada de descanso: só um jogo a menos. Serão oito partidas até o fim do mês. Se engana quem pense, porém, que o “mês do cachorro louco” será tranquilo para o Botafogo. No calendário, grandes confrontos pelo Brasileiro (a começar pelo duelo contra o Palmeiras, amanhã, às 21h45 no Engenhão), a decisão da vaga nas quartas da Libertadores contra o Nacional, do Uruguai (dia 10), e os dois clássicos contra o Flamengo por uma vaga na final da Copa do Brasil. Haja fôlego.