Até o trágico acidente com seu avião, em novembro, a Chapecoense fazia um ano de 2016 dos sonhos. Foi campeã catarinense pela quinta vez, conquistou sua melhor colocação no Campeonato Brasileiro (11º lugar) e chegou à final da Copa Sul-Americana. Tudo isso gastando menos do que qualquer outro clube do país.
Segundo o demonstrativo financeiro da equipe, o departamento de futebol custou R$ 49,6 milhões, menor valor entre todos os 20 times de maiores receitas do Brasil, segundo levantamento anual do especialista em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi sobre as finanças dos clubes brasileiros.
De 2015 para 2016, inclusive, a Chapecoense aumentou seu gasto em 23%, mas, ainda assim, ficou abaixo dos R$ 50 milhões gastos pelo Goiás; R$ 55,4 milhões do Figueirense; R$ 58,6 milhões do Sport e R$ 59,4 milhões do Vitória. Os cinco clubes foram os únicos com despesas inferiores a R$ 60 milhões no país.
O maior gasto com futebol no último ano foi o do Corinthians, que “torrou” R$ 299,6 milhões e amargou eliminações da Copa Libertadores (oitavas de final) e Campeonato Paulista (semifinal) no primeiro semestre de 2016; da Copa do Brasil (quartas) no segundo, além do sétimo lugar no Brasileiro.
Em seguida, a segunda maior despesa foi a do campeão brasileiro Palmeiras, com R$ 292,4 milhões; e a terceira do São Paulo, R$ 265,1 milhões. Completando o top 5, outros dois clubes que ficaram acima dos R$ 200 milhões em gastos com futebol: Atlético-MG (R$ 233,6 milhões) e Flamengo (R$ 200,7 milhões).
Além dos cinco maiores “gastões”, outras oito equipes gastaram o dobro ou mais que a Chapecoense com futebol, incluindo o Internacional (R$ 175,4 milhões), que acabou rebaixado; e o Vasco (R$ 121,3 milhões), que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro e só conseguiu o acesso na última rodada.
Entre os principais gastos da Chapecoense, segundo o balanço, R$ 17,4 milhões foram para pagamentos de salários, R$ 9,6 milhões em direitos de imagem, R$ 6,5 milhões em despesas com jogos (viagens e organização em partidas na Arena Condá) e R$ 5,4 milhões em premiações.
Já em receitas, o clube somou R$ 67,1 milhões, sendo as principais fontes de entrada de dinheiro: R$ 30,6 milhões com direitos de transmissão de TV, R$ 7 milhões em patrocínios, R$ 6,5 milhões com o programa de sócio-torcedor, R$ 6,5 milhões com negociações de jogadores e R$ 2,6 milhões com bilheteria.
Veja os custos com futebol dos 20 maiores clubes em receitas do Brasil em 2016:
| 1 | Corinthians | R$ 299,6 milhões |
| 2 | Palmeiras | R$ 292,4 milhões |
| 3 | São Paulo | R$ 265,1 milhões |
| 4 | Atlético-MG | R$ 233,6 milhões |
| 5 | Flamengo | R$ 200,7 milhões |
| 6 | Cruzeiro | R$ 193,1 milhões |
| 7 | Grêmio | R$ 190,2 milhões |
| 8 | Fluminense | R$ 181 milhões |
| 9 | Santos | R$ 175,4 milhões |
| 10 | Internacional | R$ 175,4 milhões |
| 11 | Vasco | R$ 121,3 milhões |
| 12 | Atlético-PR | R$ 106,2 milhões |
| 13 | Botafogo | R$ 100,5 milhões |
| 14 | Bahia | R$ 64 milhões |
| 15 | Coritiba | R$ 61,9 milhões |
| 16 | Vitória | R$ 59,4 milhões |
| 17 | Sport | R$ 58,6 milhões |
| 18 | Figueirense | R$ 55,4 milhões |
| 19 | Goiás | R$ 50 milhões |
| 20 | Chapecoense | R$ 49,6 milhões |