Elogiadíssimo pelos protestos contra a Ferj e contra o racismo, além de apoio aos profissionais da saúde na linha de frente contra a Covid-19, o Botafogo tem sido criticado por uma pequena parcela de jornalistas e torcedores rivais. Segundo estes, o clube não deveria protestar por estar com problemas financeiros internos, como atraso de salários.
A linha de pensamento foi criticada por Paulo Autuori, durante o programa “Bem, Amigos!”, do “SporTV”.
– Não tem a ver uma coisa com a outra. Temos que olhar o contexto todo. Salário atrasado é um problema do futebol brasileiro, antes da pandemia, algo que ninguém esperava e vai se agravar. Os clubes vão precisar ter um apoio. Não existe futebol forte sem clubes fortes. A maioria dos clubes está com a saúde financeira fragilizada. É hora de pensar nisso. Aí entra círculo vicioso, entra alguém que faz cortes no futebol, que têm impacto no desempenho. Há necessidade ter resultados consentâneos à história, como no Botafogo. Se corta, vem pressão para contratar, é um círculo vicioso, aí recorre a pedidos de empréstimos a federações. Onde vai ficar a autonomia dos clubes para terem atitudes consentâneas à história? Não podemos analisar de forma simplista, está tudo ligado – pediu.
O treinador fez elogios a postura institucional do clube e rebateu os críticos.
– O Botafogo está tendo atitude que é perfeita, tiro o chapéu para a diretoria. A atitude dos jogadores brotou deles. Se há problemas de salários, passam por isso também. O futebol não está em uma redoma alheia aos problemas. Não tem nada a ver, são situações de quem não tem a fotografia e o contexto. Reputo como de muito mau gosto esse tipo de comentário, ligado aos problemas de saúde financeira dos clubes – completou.
