Vice-presidente geral do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira explicou um pouco mais sobre como funcionará a Botafogo S/A, que está em fase final de implementação. O clube tenta atrair investidores para conseguir sair do sufoco financeiro provocado pelas constantes penhoras o mais rapidamente possível.
CEP afirmou que o departamento de futebol será cedido temporariamente ao grupo de investidores – ou seja, ele voltará para o Botafogo como clube esportivo sem fins lucrativos no futuro.
– A questão da S/A é uma operação que vai atrair o capital de fora. Por um determinado tempo, o clube vai ceder o departamento de futebol do Botafogo para um investidor ou grupo de investidores, para que estes investidores, estando subordinados ao estatuto e aos símbolos do Botafogo, tenham a oportunidade de investir. Serão recursos à parte do restante do clube. Eles, como royalties, pagarão as dívidas do Botafogo. É uma fórmula para que a gente tenha uma equipe forte ao mesmo tempo em que a dívida será paga. Ao final de X anos, o departamento de futebol voltará ao controle do Botafogo. Em linhas gerais é essa a operação – explicou CEP ao canal do jornalista Alexandre Praetzel.
O vice-presidente alvinegro traçou o perfil dos investidores que aportarão recursos na Botafogo S/A:
– O Botafogo não precisa de um mecenas. O clube passou dessa fase. O que pensamos é que sejam investidores que entendam do mercado esportivo.
Botafogo sufocado pelas dívidas cíveis
Presidente do Botafogo entre 2015 e 2017, Carlos Eduardo Pereira afirmou que as penhoras provocadas por dívidas na área cível são as que mais estão sufocando o clube financeiramente.
– O Botafogo tem um lado vulnerável, que são as contas cíveis. Entre 2015 e 2017, voltamos ao Ato Trabalhista e ali concentramos todas as dívidas trabalhistas. Fomos à Procuradoria Geral da República e logo depois acertamos com o Profut. Mas existe uma onda de ações cíveis que não temos como ordenar. As penhoras são concedidas por vários juízes ao mesmo tempo. Então, um juiz concede 20%, o outro mais 30%, o outro mais 20%, o outro mais 30%, vai toda a receita e você não tem como fugir disso. Sua receita fica toda retida, não consegue pagar jogadores, funcionários e tenta desbloquear alguma coisa junto ao Sindicato – disse CEP, completando:
– Se tivéssemos um “Ato Cível”, em que pudéssemos limitar uma parcela das receitas para o pagamento destas despesas cíveis, seria ótimo. Mas o Botafogo não tem receita para pagar o presente e arcar com o passado que vem de forma violenta. A presença desse passado é incontrolável. As contas vem de forma muito pesada, são coisas anteriores à nossa gestão, você fica sem ter como defender, como renegociar. Ou você paga o teu presente, ou consegue dinheiro novo.