Durcesio Mello é o novo presidente do Botafogo. Amigo de infância de Carlos Augusto Montenegro, ele foi candidato a vice-presidente em 2014 e este ano pela primeira vez concorreu como mandatário. O empresário levou a melhor sobre Alessandro Leite e Walmer Machado e comandará o clube nos próximos quatro anos.
Mas quais as prioridades de Durcesio Mello? Botafogo S/A, profissionalismo e CEO foram os temas mais comentados em entrevistas recentes.
Relembre a entrevista dada ao FogãoNET:
Primeiro ato
– Meu primeiro ato no Botafogo será nomear o CEO, contratado por um head hunter. Tal CEO, com o Conselho Diretor, ia logo contratar os diretores comercial, financeiro, administrativo e do futebol.
Botafogo S/A
– O plano B vai sair. Já está sendo trabalhado, já estão conversando com fundos e investidores estrangeiros que podem comprar 51% ou até a totalidade. E, também, estão fazendo um plano para negociar as dívidas que bloqueiam e penhoram receitas do Botafogo. Está andando e vai sair. Não vou falar mais nada porque já errei no passado (risos), mas estou bastante otimista que a S/A está bem encaminhada. É um projeto muito sólido e bacana. Vai sair e espero que saia em 2021. Mas, enquanto isso, vamos trabalhando com um plano interno nosso do futebol. É fundamental que as duas coisas aconteçam, ou seja, a negociação com os credores cíveis e trabalhistas no valor de mais ou menos R$ 430 milhões. Está sendo formatado ainda, tem um tempo de maturação. Mas vai sair, sim.
Sócio-torcedor com direito a voto
– O sócio-torcedor votar e, assim participar do processo político do Botafogo, é muito bom e traz uma renovação. Porém, teremos que revisitar esse processo, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo e, por algum motivo, nunca implementado. Vale salientar que com a S/A, que sou adepto da importância dela, o sócio-torcedor será parte da gestão da mesma. O importante é que sei que o maior patrimônio que temos é a torcida, que tem que ser bem tratada.
Comando do Futebol
– Eu tenho um plano para o futebol. O comitê executivo de futebol entrou no Botafogo a pedido do Mais Botafogo e agora pretende se retirar. Não posso mudar mais os jogadores, exceto o técnico. Depois de 24 de fevereiro, montaremos a equipe para o Carioca e, posteriormente, para o Brasileiro. E, nesse modelo profissional que pretendo implantar, não terá VP amador. E o diretor de futebol, cargo importantíssimo, será escolhido pelo CEO e a equipe dele.
Esportes Olímpicos
– Devido a escassez de recursos, temos um gargalo por conta da falta de CNDs, o que segura o processo de captação de recursos via Lei de Incentivo. Mas a S/A acontecendo, o que acredito que será ainda em 2021, o Botafogo social e esportes olímpicos terão CND e, assim, poderemos dar largada nos projetos para o remo, basquete, vôlei, polo aquático, natação e futsal de alto rendimento. Mas, de imediato, queremos fortalecer e retomar as escolinhas.
Naming rights
– Naming rights significa dinheiro novo e parceria forte com a empresa que adquirir isso. Historicamente, poucos estádios já existentes conseguiram ter naming rights no mundo inteiro. É sempre mais fácil quando é um estádio novo. Mas, certamente, vamos perseguir esse projeto.
Por que ser presidente do Botafogo?
– Tenho uma visão empresarial, acredito na Botafogo S/A como a melhor e, talvez, única opção para o clube. Juntei diversos grupos novos com ideias modernas e que acreditam nos valores e ideias que eu tenho. Nosso modelo de ruptura com o que está aí há anos e não deu certo é compreendido como fundamental por diversos setores do clube, tanto pessoas influentes que sempre ajudaram ao clube, bem como pessoas que, como eu, se opõem a esse modelo de gestão ultrapassada. Não prometi cargos a ninguém, isso também é uma indicação de mudança. Sou empresário há 38 anos em diversos ramos, vida econômica e profissional resolvida e, por isso, posso me dedicar 100% ao Botafogo para dar suporte ao CEO e a estrutura profissional que ele vai ter.