Mais um ano complicado vem amargando a vida de botafoguenses e vascaínos. Com os dois clubes na zona de rebaixamento e o Campeonato Brasileiro avançando em sua metade final, já são reais as chances de que pelo uma das equipes dispute a Série B em 2021. As calculadoras já começam a fazer parte do dia a dia dos torcedores, e O GLOBO procurou matemáticos para explicar a situação dos clubes e tentar entender a pontuação necessária para escapar do fantasma da segunda divisão em um Brasileirão diferente em ano de pandemia.
Em meio a campanhas pífias, um fato parece cada vez mais estatisticamente provável: ao menos um carioca estará na Série B do ano que vem. De acordo com o matemático Tristão Garcia, do site Infobola, as chances de Botafogo e Vasco se salvarem juntos são de 8%. Para Gilcione Nonato Costa, professor do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o número é ainda menor: 5%.
Ainda segundo os cálculos do professor mineiro, a chance de uma das duas equipes cair é de 74%, enquanto a de um duplo rebaixamento entre os cariocas chega a 21%. Já nas contas do especialista do Infobola, as chances de queda de uma única equipe são de 62%, contra 30% de chances da queda conjunta de Botafogo e Vasco.
Em inúmeras edições do Brasileirão, o número de 45 pontos foi quase um mantra dos torcedores acostumados com a briga contra o Z-4, já que esta costumava ser a pontuação de “segurança” para escapar do rebaixamento. Tristão Garcia acredita que o número se repetirá neste ano.
— Estamos com 62% do campeonato jogados e os cálculos já apontam para 45. Não deve haver uma pontuação alta, mas sim reduzir esse número — explica Tristão.
O matemático observa que, embora as probabilidades já possam ser calculadas, é provável que o número de pontos necessários caia até o fim do Brasileirão. Mas, alerta ele, a dificuldade para as equipes na briga deve ser a mesma caso se mantenha a dificuldade em somar pontos:
— Não está alto, poderia estar mais para esse momento. Esses times que estão ameaçados não mostraram ser grandes pontuadores — explica Garcia, incluindo equipes de fora do Z-4 mas que lutam contra a queda, como o Sport.
Gilcione Nonato Costa, professor do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acredita que é possível um time escapar do rebaixamento mesmo não chegando aos “mágicos” 45 pontos.
— O que projetam as estatísticas é que, com 43 pontos, o risco de queda é de 12%, muito pequeno. Acredito que, com 43, um time vai se salvar — aposta Gilcione.