O Botafogo foi recebido com muito apoio pelos alvinegros baianos na Fonte Nova. Nossos torcedores compareceram em ótimo número, fizeram muito barulho e saíram premiados com uma vitória e um salto importante na tabela. Não há como negar: o Glorioso já está recuperado da eliminação na Copa do Brasil.
Não tivemos uma atuação de gala, é verdade. O Fogão se fechou bem na defesa, mas vacilava no campo de ataque. Embora tenha achado um gol logo no início, nosso time passou a partida inteira errando passes bobos, escolhendo as jogadas erradas e matando contra-ataques. Em nenhum momento estivemos perto de sofrer a virada, mas também não ameaçávamos com qualidade a baliza do goleiro Jean.
No entanto, mesmo que ainda longe do ideal tecnicamente, o Botafogo voltou a ser vibrante. Voltou a querer. Voltou a não desistir de tentar. Mesmo em um dia de pouca inspiração, seguiu buscando a área adversária ao invés de apenas se fechar em seu campo – ao contrário do que fez na última quarta-feira. Martelou tanto que, já nos acréscimos, encontrou as redes e botou os 3 pontos na bagagem.
O que aconteceu ainda dói e ecoa na cabeça, mas os jogadores se mostraram dispostos a dar a volta por cima. Sem abatimento, o momento é de união e apoio. Deixemos as queixas para dezembro; jogar junto com esses caras é o que pode definir se teremos um destino diferente na Libertadores e no próprio Brasileirão – onde é vital manter-se entre os 6 primeiros.
Com a parada no calendário para as datas FIFA, é hora de renovar as energias e ajustar o foco para os desafios futuros: uma vitória contra o Flamengo no Brasileirão, que nos deixaria a apenas um pontinho deles na tabela, e os confrontos com o Grêmio pela sonho da América. Se o passado machuca, o futuro inspira. Vamos em frente. Sempre.
Notas
Gatito Fernández: 5,5
Embora não tenha sido uma falha, a bola do gol baiano era defensável. No resto do jogo, foi mero espectador.
Arnaldo: 7
Levou a melhor no confronto com Mendoza e iniciou a jogada do segundo gol. Precisa apenas parar de disparar como um louco com a bola e acabar desarmado.
Joel Carli: 6,5
Vinha fazendo uma partida segura até sair machucado. Muita fé para termos nosso xerife recuperado até a Libertadores.
Igor Rabello: 6,5
Mais uma partida soberana, mantendo uma ótima média. Apesar disso, no gol dos caras, poderia ter subido junto com Renê Júnior para, ao menos, atrapalhá-lo na cabeçada.
Victor Luis: 6,5
Fechou bem o seu lado e deu opção na saída de bola. Precisa ser mais ousado no campo ofensivo. Tomara que o incômodo na coxa não seja nada grave.
Rodrigo Lindoso: 7
Voltou às boas com uma atuação segura tanto na marcação quanto na distribuição de jogadas. Iniciou bem o lance do primeiro gol e deu qualidade à saída de bola.
João Paulo: 6
Jogando mais recuado, não fez um bom jogo. Errou muitos passes, sobretudo no campo ofensivo. Na marcação, foi bem.
Bruno Silva: 7
Perfeito taticamente, embora não muito inspirado. No fim, foi premiado com o gol da vitória e vibrou muito.
Marcos Vinicius: 5
Sumido e displicente. Após aquela ótima participação contra o São Paulo, nunca mais jogou bem. Precisa se reencontrar.
Rodrigo Pimpão: 7,5
Duas assistências, forte na marcação e o mais lúcido em campo. Fez muita falta na quarta-feira. Vacilou apenas ao perder gol cara a cara – o que não é sua especialidade.
Roger: 6,5
Fez gol de centroavante e voltou bastante para ajudar na construção. Apesar disso, errou muitos lances relativamente fáceis e matou alguns ataques promissores. Dar opção é importante, mas também precisa saber a hora de ficar na área – não faz muito sentido abrir na linha de fundo para cruzar se ele deveria ser a referência na área.
Marcelo: 7
No lugar de Carli, segurou a pressão e teve bom desempenho.
Guilherme: 6
Entrou e teve como mérito se apresentar mais que Marcos Vinicius. No entanto, voltou a ser fominha e desperdiçou várias chances de dar sequência a ataques perigosos. Não é possível que ninguém dê um esporro forte internamente.
Gilson: 6
Entrou também devido a lesão e pouco apareceu. Levou a pior em dividida com Maikon Leite e sofreu um corte por cotovelada, mas ainda assim seguiu em campo.
Jair Ventura: 7
Conseguiu recuperar o ânimo do grupo e deve ter trabalhado algo no sentido de não deixar de ser agressivo, mesmo que jogando no contra-ataque. Terá duas semanas boas para recuperar as energias e treinar bastante para os próximos desafios. Sair do Rio pode ser uma boa escolha.